Sindicatos de MS vão debater reajuste zero de Reinaldo e não descartam greve

Governo tucano não vai nem autorizar reposição da inflação, chegando ao sétimo ano sem aumento real

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Entidades sindicais ainda estudam uma reação à decisão do governo de Mato Grosso do Sul de não conceder reajuste pelo segundo ano seguido ao funcionalismo público. Com isso, as categorias chegam ao sétimo ano da gestão de Reinaldo Azambuja (PSDB) sem aumento real dos salários.

Ontem, segunda-feira (25), a administração estadual anunciou que não poderia autorizar nem a correção inflacionária por recomendação do MPMS (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul) e do TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado). Reinaldo chegou a se comprometer com o reajuste, mas passou a ignorar os sindicalistas no fim das negociações.

Presidente do Sinpol-MS (Sindicato dos Policiais Civis), Giancarlo Miranda diz que uma eventual greve pode ocorrer. “Tínhamos a expectativa da reposição. Agora as categorias vão deliberar. Greve mesmo só em último caso”, afirmou.

Para o presidente da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação), Jaime Teixeira, o governo tinha condições de autorizar o aumento. “Evidentemente, refutamos essa proposta. O governo tem condições de atender as categorias. Vamos nos reunir e avaliar o que pode ser feito”, disse.

Cofres cheios

Enquanto isso, a arrecadação do governo teve aumento de aproximadamente 26% nos seis anos completos de gestão tucana. É o que mostram os dados de receita do Portal da Transparência de MS, segundo os quais somente de janeiro a dezembro de 2020 foram arrecadados R$ 18,29 bilhões, contra os R$ 14,51 bilhões de 2015, primeiro ano de mandato do governador.

O saldo positivo nas finanças de Mato Grosso do Sul coloca o Estado na dianteira da prosperidade. Mas essa política tem um alto custo, que tem sido pago por contribuintes, consumidores e servidores públicos. Além da política fiscal rigorosa – MS possui uma das maiores taxas de ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) no país, que encarece produtos e serviços de forma generalizada – o funcionalismo público vive há sete anos sob uma política de arrocho salarial.

Além do aumento de 16% na arrecadação em 2020 – com receita que saltou de R$ 15,6 bilhões para 18,2 bilhões – entre março e dezembro do ano passado, a administração tucana não economizou muito em despesas diárias após a adoção do regime de teletrabalho em 2020, após o início da pandemia de Covid-19. Dados obtidos pelo Jornal Midiamax apontam que a administração de Reinaldo Azambuja (PSDB) não poupou nem 20% em gastos com água, energia elétrica e telefone.

Vale lembrar que apenas o salário do primeiro escalão do governo, composto pelos secretários de Estado, gira em torno de R$ 360 mensais. Considerando o segundo escalão, a conta se aproxima dos R$ 800 mil.

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