Por unanimidade, TCE-MS recomenda não aprovação das contas de Zé Cabelo em Ribas
Tribunal Pleno seguiu parecer de técnicos da Corte de Contas que encontraram irregularidades como gastos com pessoal a maior e falta de transparência fiscal em 2015
Arquivo –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
Por unanimidade, o Pleno do TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul) emitiu parecer prévio contrário à aprovação das contas de 2015 da Prefeitura de Ribas do Rio Pardo –a 96 km de Campo Grande–, sob a gestão do ex-prefeito José Domingues Ramos (o Zé Cabelo).
O ex-prefeito foi multado em 20 Uferms (cerca de R$ 760) por não ter respondido a intimação da Corte de Contas a fim de explicar inconsistências no balanço do município daquele ano.
Agora, Zé Cabelo terá seu futuro político julgado pela Câmara Municipal de Ribas do Rio Pardo, a quem cabe analisar as contas da gestão e seguir o parecer do Tribunal de Contas ou o ignorar, aprovando as contas.
A desaprovação das contas pelo Poder Legislativo é fator gerador de inelegibilidade, situação já encarada por Ramos no passado devido a denúncias por improbidade administrativa. No entanto, ele se habilitou para disputar as Eleições 2020 e tentar voltar à Prefeitura de Ribas –foi derrotado por João Alfredo Danieze (Psol), que responde a processo de cassação na Câmara por irregularidade em contrato da Secretaria Municipal de Saúde, cuja titular da pasta é dona de empresa que presta serviço ao município.
Danieze venceu a eleição com 34,33% dos votos válidos (3.469), ante 32,51% de Zé Cabelo (3.285). Os outros 4 concorrentes, juntos, tiveram 33,16% dos votos.
Contas chegaram ao TCE-MS fora do prazo e ‘parcialmente instruídas’
Relatório do parecer prévio contrário à aprovação das contas de Zé Cabelo foi elaborado pela Divisão de Fiscalização de Contas de Governo e de Gestão do TCE-MS, que não viu “condições técnicas favoráveis para emissão de parecer favorável pela aprovação”, devido a “impropriedades e irregularidades” encontradas nos dados.
Relator do caso, o conselheiro Jerson Domingos destacou que as contas chegaram ao TCE-MS fora do prazo e parcialmente instruídas. Elas apresentavam inconsistências em relação às receitas e despesas estimadas (R$ 81.315.000) e ao efetivamente realizado.
No exercício, foram abertos créditos adicionais por anulação de dotação orçamentária na ordem de R$ 43.386.786,70, o que não alterou a previsão inicial. A arrecadação, porém, ficou em R$ 78.519.846,54. A despesa empenhada foi de R$ 78.730.735,72.
Apesar da demonstração de variação patrimonial ter sido “corretamente elaborada”, os balanços orçamentário, financeiro e patrimonial não o foram, estando fora dos padrões da legislação.
Além disso, a Prefeitura de Ribas teria deixado de destinar R$ 156.660 para formação do Fundeb (Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização do Magistério).
A 3ª ICE (Inspetoria de Controle Externo) do TCE-MS identificou outras irregularidades, por conta da ausência de documentos e informações obrigatórios no processo, bem como inconsistência dos demonstrativos contábeis.
O prefeito Paulo Silveira, antecessor de Danieze, foi acionado para apresentar a documentação faltante; enquanto Zé Cabelo solicitou prorrogação de prazo para sua defesa. Ainda assim, ele não compareceu aos autos.
A Divisão de Fiscalização de Contas, em exame final da matéria, identificou entre os documentos apresentados 11 divergências entre a situação dos autores e a legislação vigente.
Os problemas incluíram, além da remessa de informações fora do prazo e da divergência na prestação de contas da aplicação na manutenção e desenvolvimento do Ensino, despesas com pessoal acima do índice legal, falta de transparência fiscal, depósito da disponibilidade financeira em banco não oficial, apresentação de valores negativos referentes a consignações do Legislativo, indicando pagamento acima do valor devido e ausência de notas explicativas.
A leitura da Divisão de Fiscalização foi seguida pela auditoria e pelo Ministério Público de Contas. “Ressalto que o administrador público, no desempenho de suas funções, deve pautar suas ações estritamente de acordo com os comandos constitucionais e legais”, frisou Domingos em seu voto.
O conselheiro opinou pela emissão de parecer prévio contrário à aprovação e aplicação de multa a Zé Cabelo. O voto foi seguido por unanimidade no Tribunal Pleno em 8 de abril.
Notícias mais lidas agora
- Fotógrafo é suspeito de abusar sexualmente de estudante durante ensaio em Campo Grande
- ‘Não é qualquer pedido de desculpas que será aceito’, diz Tereza Cristina sobre Carrefour
- MS bate recorde de exportações de carne bovina em meio à crise do Carrefour
- Motorista sofre mal súbito, bate caminhão e deixa poste ‘levitando’ na Avenida Ceará
Últimas Notícias
Condomínio clandestino em área de Mata Atlântica de Três Lagoas vira alvo do MPMS
Além da suspeita de loteamento clandestino, foi relatada destruição do meio ambiente, incluindo desmatamento, fogo, construção de cercas e muros
Caso Carrefour: Comissão do Senado discute boicote francês à carne brasileira
Representação brasileira no parlamento do Mercosul é presidida pelo senador Nelsinho Trad
Prefeitura divulga entidade vencedora para participar de festividades natalinas em Campo Grande
Não foram abertos recursos sobre o resultado
Última feira da Funsat oferece mais de 50 vagas de emprego em Campo Grande na sexta-feira
Vagas são para auxiliar de higienização, jardinagem, manutenção, agente de conservação e asseio, além de um supervisor de operações
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.