A ministra do STF (Supremo Tribunal Federal) Rosa Weber poupou o deputado federal (PSL-MS) de mais situações constrangedoras, como já foi sua prisão, ontem (13), por porte de arma de uso restrito. Apesar de autorizar medidas de busca e apreensão em diversos endereços ligados ao parlamentar, seu gabinete na , em Brasília (DF), foi poupado.

A magistrada atendeu parecer da Procuradoria-Geral da República, que rotulou a diligência em pleno como “demasiadamente invasiva e com baixa probabilidade de êxito”.

Assim, restou à Polícia Federal bater à porta do apartamento funcional de Trutis, localizado na Asa Sul da Capital Federal. Em , os alvos da chamada Operação Tracker foram três imóveis do deputado, no Jardim São Bento, Vilas Boas e Vila Carlota.

Durante as buscas, os policiais apreenderam um fuzil Taurus, T4, calibre 5.56, classificado como de uso restrito. Além disso, os agentes também encontraram uma pistola Taurus, calibre 9mm, e um revólver Taurus, calibre .357.

O deputado federal já tinha vaga garantida no Presídio Militar quando acabou soltou, ainda ontem. A decisão foi endossada pelo subprocurador-geral da República Humberto Jacques de Medeiros, que pediu reconhecimento da liberdade provisória sem fiança.

Movimento Conservador

A decisão monocrática de Rosa Weber que autorizou, parcialmente, o cumprimento de mandados contra Loester Trutis também poupou a sede do Movimento Conservador de Mato Grosso do Sul, no Jardim Monte Líbano, região nobre de Campo Grande. Desta vez, a Procuradoria-Geral da República não viu “relação direta da entidade com os fatos sob apuração”. A ministra, então, assentiu.

O Movimento Conservador se define nas redes sociais como defensor de princípios e valores cristãos e da família, bem como do direito à legítima defesa. Portanto, não são poucas as postagens do grupo em apoio à pauta armamentista encampada pelo deputado federal.

Operação Tracker

As investigações da Polícia Federal acerca do suposto atentado sofrido por Trutis em fevereiro deste ano se voltaram contra o próprio parlamentar a partir de trabalhos periciais. Laudos balísticos, de exame de local e informações de georreferenciamento entraram em rota de colisão com o que alegava o deputado e seu assessor, Ciro Fidelis – hoje candidato a vereador pelo PSL em Campo Grande.

Assim, a PF concluiu que o suposto atentado foi simulado por Trutis, de olho em dividendos políticos e eleitorais. O parlamentar é um entusiasta voraz da flexibilização do Estatuto do Desarmamento.

Para a ministra Rosa Weber, que autorizou a abertura de inquérito pela Procuradoria-Geral da República, as provas obtidas até agora podem implicar Loester Trutis nos crimes de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido, disparo de arma de fogo, dano e comunicação falsa de crime.

Além do deputado federal, foram alvos dos mandados de busca e apreensão cumpridos ontem seu irmão, Alberto Carlos Gomes de Souza; seu assessor parlamentar, Ciro Nogueira Fidelis; bem como Jovani Batista da Silva.