Em meio à batalha judicial para conseguir compensação financeira com aumento da passagem de ônibus ou indenização a ser paga pela Prefeitura de Campo Grande, e delação premiada que revelou esquema para fraudar a licitação, o contratou uma consultoria para apresentar a situação financeira do grupo que detém o monopólio do da Capital, em contrato assinado em 2012, com previsão de ganhos de R$ 3,4 bilhões ao longo de 20 anos.

No entanto, com a concorrência dos motoristas de aplicativos e outros meios de locomoção, o grupo formado pelas empresas Cidade Morena, Jaguar, São Francisco e avalia que teve prejuízo de R$ 76,9 milhões em sete anos de concessão, e quer o reequilíbrio financeiro do contrato assinado com o município, por causa da queda no número de passageiros pagantes.

Os estudos apresentados pela Max Valor Consultoria e Treinamento apontam que o valor da frota do transporte coletivo é estimado em R$ 49,6 milhões, tendo como base dezembro de 2018. Além disso, a receita bruta do Consórcio Guaicurus no ano passado foi de R$ 172,5 milhões, com lucro líquido de R$ 12,2 milhões, resultado de um total de 46 milhões de passageiros pagantes.

Em dezembro, a frota das empresas de ônibus da Capital era formada de um total de 561 veículos: 13 articulados, 15 micros, 83 médios, 45 leves, 39 curtos, 19 executivos, 50 convencionais, 279 alongados, 14 alongados AR, 4 alongados climatizados.

Para chegar ao valor de R$ 49.622.317,16 (quarenta e nove milhões, seiscentos e vinte e dois mil, trezentos e dezessete reais e dezesseis centavos) foi utilizado um cálculo que leva em consideração o de aquisição dos veículos e a desvalorização que ocorreu durante os anos de uso.

Além dos ônibus, outros bens do consórcio foram avaliados pela consultoria. O grupo de empresas do transporte coletivo possuem terrenos e prédios no valor de R$ 16,2 milhões; as máquinas, ferramentas, móveis e utensílios somados chegam a R$ 2,4 milhões; e viaturas auxiliares somam R$ 446,6 mil.

Batalha judicial

O Consórcio Guaicurus foi à Justiça para solicitar que perícia seja feita no contrato milionário de concessão do transporte público de . No pedido, o consórcio formado pelas quatro empresas que exploram o transporte coletivo com frota vencida afirma que opera “no limite de suas forças” e que várias questões precisam ser respondidas.

A ação para produção de prova antecipada foi ajuizada pelo consórcio foi ajuizada no início de maio. No fim de julho, a Justiça autorizou a perícia no contrato do Consórcio Guaicurus com a Prefeitura de Campo Grande, estipulando empresa para o serviço e prazo de 30 dias para entrega do laudo.

Em sua decisão, o juiz Marcelo Andrade Campos Silva escolhe a VCP – Vinicius Coutinho Consultoria e Perícia. Contudo, a empresa terá 20 dias para dizer se aceita fazer a perícia e apresentar os custos para tal. Caberá ao Consórcio Guaicurus o pagamento das despesas, já que apresentou a demanda.

As empresas do transporte coletivo e a Prefeitura de Campo Grande terão 15 dias para apresentar questionamentos para ser respondidos na perícia. Podem também indicar peritos auxiliares, que deverão apresentar o laudo em 10 dias contados da intimação sobre o laudo pericial.