O Barômetro Global da Corrupção: América Latina e Caribe, divulgado nesta segunda-feira (23) no mundo todo pelo Transparência Internacional Brasil, aponta que 53% dos brasileiros acreditam que a corrupção aumentou nos últimos 12 meses.

A pesquisa é baseada na percepção da população em relação aos temas. Nesta edição, foram ouvidas mil pessoas entre fevereiro e abril pelo Instituto Ipsos. A pesquisa tem margem de erro de 2,8 pontos percentuais para mais ou para menos, com 95% de confiabilidade.

Apenas 16% acreditam que a corrupção tenha diminuído. O Barômetro apresenta o maior e mais detalhado conjunto de dados de opinião pública sobre a corrupção e experiências diretas com esse problema social vivenciadas por  cidadãos na América Latina e no Caribe.

Pela primeira vez, o estudo aponta dados sobre extorsão sexual. 71% dos entrevistados acreditam que ela ocorra ao menos ocasionalmente. Quando sexo é a forma de pagamento da propina, evidências apontam para uma preferência de gênero que afeta principalmente as mulheres. Algumas são forçadas a oferecer favores sexuais para receber serviços públicos, incluindo saúde e educação.

No Brasil, 20% disseram ter sofrido extorsão sexual ou conhecerem alguém que já tenha passado pela situação.

Fake News

Entre os 18 países participantes da pesquisa na América Latina e no Caribe, o Brasil aparece com 82% nas respostas para a pergunta que avaliava o uso de “informações falsas ou notícias falsas sendo disseminadas para influenciar os resultados das votações”. Bahamas marcou 85% nesse quesito.

A Argentina aparece logo atrás do Brasil, com 81%, e a Venezuela, com 80% —vale destacar que, considerando a margem de erro, os quatro países empatam na liderança. As nações com os índices mais baixos são a Costa Rica (52%) e o Chile (59%).

O relatório da Transparência Internacional destaca ainda que, no Brasil, 40% dos entrevistados relataram ter recebido oferta de subornos em troca de votos. É o terceiro maior número na região, atrás de México (50%) e República Dominicana (46%). A Venezuela aparece com 26% e é o único país em que a pesquisa foi feita com papel e caneta; no restante, foi feita de forma digital. As Bahamas foi o único lugar em que a pesquisa foi feita por telefone.

No Brasil, 84% dos entrevistados afirmaram que um cidadão comum pode fazer a diferença na luta contra a corrupção. Entretanto, 12% dos consultados relataram o pagamento de suborno para policiais; 11% apontou o pagamento de propina para acessar serviços públicos básicos; 5%, para juízes e 4% para escolas públicas.

(Com agências)