Dois anos depois, assessora demitida por escândalo com carta anônima é renomeada no MP-MS

Dois anos e três meses se passaram e ex-assessora de assuntos institucionais da PGJ (Procuradoria-Geral de Justiça) foi novamente nomeada para atuar em cargo de comissionado no MP-MS (Ministério Público Estadual). Tatiana Armôa Machado voltou ao MP nesta semana, depois de ser apontada pelo órgão como autora de uma ‘presepada’: o envio de uma carta anônima […]

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Dois anos e três meses se passaram e ex-assessora de assuntos institucionais da PGJ (Procuradoria-Geral de Justiça) foi novamente nomeada para atuar em cargo de comissionado no MP-MS (Ministério Público Estadual). Tatiana Armôa Machado voltou ao MP nesta semana, depois de ser apontada pelo órgão como autora de uma ‘presepada’: o envio de uma carta anônima que expôs a equipe de gabinete do procurador-geral de Justiça Paulo Passos. O envelope saiu do prédio do MP e foi entregue a um desembargador do TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).

O escândalo da carta anônima envolveu a cúpula do MP-MS, culminou em investigação iniciada pela Polícia Civil e depois repassada para o TJMS e na demissão de Tatiana, que atuou por 15 anos na PGJ e recebia salário de R$ 16 mil mensais à época da demissão, em julho de 2016.

Nesta segunda-feira (12), nomeação de Tatiana foi publicada no Diário Oficial do MP.  Ela exercerá cargo comissionado de assessora jurídica com salário de R$ 4.731,09 com adicional de 40% por gratificação. Por mês, a assessora demitida há dois anos receberá salário bruto de mais de R$ 6,6 mil.

A nomeação foi assinada pelo PGJ em exercício, Humberto de Matos Brittes. De acordo com a assessoria de imprensa do MP-MS, Tatiana voltou ao órgão depois de ser indicada pelo procurador de Justiça Rodrigo Stephanini. “Em vaga existente em lei, inexistindo qualquer vedação de ordem legal para sua nomeação”, informou a assessoria.

O Jornal Midiamax também questionou o MP em relação ao escândalo envolvendo Tatiana em 2016, sobre o desfecho do caso internamente, mas o questionamento não foi respondido.

A reportagem entrou em contato com a assessoria do TJMS para detalhes sobre apuração interna aberta pelo tribunal, à época, para apurar a conduta de Tatiana e todo o escândalo envolvendo a carta anônima. Não houve retorno até a publicação da matéria.

Carta anônima

Tudo começou com uma carta entregue no TJMS que supostamente teria saído do prédio da Procuradoria Geral de Justiça, no Parque dos Poderes, passado pela Câmara dos Vereadores, e chegado às mãos do desembargador Paulo Alberto Oliveira, empossado em fevereiro de 2016 na vaga cuja indicação é feita pelo MPE-MS.

Tatiana admitiu que ela enviou a carta para o TJ através de seu marido, Jean Fernandes, que é assessor do vereador Eduardo Romero (Rede).

O conteúdo implicaria o promotor Marcos Alex Vera, ex-titular do Gaeco e atualmente titular da 30ª Promotoria de Justiça de Campo Grande, no suposto vazamento de informações sigilosas para a imprensa. Oliveira, que é ex-procurador-geral do Ministério Público, ordenou na época a apuração da origem do material.

Dois emails supostamente enviados a partir da conta [email protected] informariam sobre um episódio antigo envolvendo o desembargador e sobre andamento de investigações sigilosas.

Na época, Marcos Alex afirmou que os supostos e-mails eram “uma montagem primária, aparentemente feita para ser descoberta. Não tem a mínima consistência”.

O PGJ Paulo Passos considerou a situação uma traição, e admitiu que a demissão da assessora tinha relação direta com o escândalo. “Foi tão surpresa para mim como para todos. É uma traição. Uma atitude dessas quebra a confiança”.

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