Preço pago pelo serviço está defasado em 40%, segundo Kako

Empresas de tapa-buracos estão sendo prejudicadas em Campo Grande, além de receberem pouco pelo serviço que prestam. Pelo menos é o que defende o secretário municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação, Valtemir de Brito, o Kako, ao pedir aos vereadores, nesta segunda-feira (16), que não abram CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) sobre suposto desperdício de dinheiro público no serviço.

Kako foi convocado pela Câmara Municipal a dar explicações sobre os contratos entre a Prefeitura e as empreiteiras. Denúncias feitas a partir de janeiro apontam que o serviço de tapa-buracos, cujo custo mensal aos cofres públicos está na casa dos R$ 15 milhões, é feito em ruas onde não há este tipo de imperfeição no asfalto.

No fim de fevereiro, a Seintrha enviou à Câmara documentação referente a 34 contratos da Prefeitura com 11 empreiteiras. O custo destes acordos, todos de tapa-buracos, ultrapassa R$ 91 milhões.

O chefe da Seintrha desqualifica denúncias – apesar de haver inúmeras gravações, de períodos e em locais diferentes, a Prefeitura leva em conta apenas um vídeo, para o qual foi feito suposto laudo atestando não haver irregularidade no serviço – e vai além: a empresa denunciada no caso, a Selco Engenharia, teve um prejuízo muito grande injustamente.

Ainda conforme Kako, cada buraco tapado em Campo Grande custa R$ 30,70. Um preço baixo, na visão do secretário, já que, segundo ele, o custo está com defasagem de 40%.

Kako disse ainda aos vereadores que, apesar das denúncias de irregularidades, o sistema de tapa-buracos é a solução mais correta para corrigir os problemas na vias. “Não existe situação nebulosa, a administração disponibiliza todos os documentos solicitados”, defendeu-se o secretário, dizendo em seguida não haver elementos para uma CPI sobre o tema na casa.

Depois das denúncias dos ‘buracos fantasmas’, a Seintrha designou um fiscal para cada equipe de tapa buracos, 12 no total, segundo Kako. Ele disse que outras medidas de fiscalização ainda estão sendo estudadas.

Diferente do que diz o secretário, vereadores identificaram outros problemas nos contratos firmados entre a Prefeitura e as empreiteiras. Na visão dos parlamentares, há falhas na fiscalização, descumprindo o previsto nos contratos e deixando brechas para ilegalidades, principalmente porque não é mensurado, com exatidão, o serviço prestado.