Estudo mostra o impacto do aumento do subsídio dos congressistas sobre os demais agentes políticos da esfera municipal

Um estudo divulgado no fim da tarde desta terça-feira (23) pela CNM (Confederação Nacional dos Municípios) mostra o impacto da elevação do teto salarial de R$ 33,7 mil para deputados federais e senadores. Só em Mato Grosso do Sul o gasto com vereadores pode saltar de R$ 53 milhões por ano para R$ 67 milhões.

“O reajuste de 26% votado pelo Congresso Nacional, elevando a remuneração dos deputados federais para R$ 33,7 mil causa um efeito cascata, que vai atingir diretamente os deputados estaduais e os vereadores”, disse o presidente da entidade, Paulo Ziulkoski,

O estudo mostra que com a aprovação na Assembleia Legislativa do aumento dos salários dos deputados de R$ 20 mil para R$ 25 mil mensais, a manutenção dos 1665 prefeitos, vice-prefeitos, secretários e vereadores sul-mato-grossenses pode saltar de uma media mensal de R$ 214 milhões para pouco mais de R$ 270 milhões.

“Se esses usassem os mesmos porcentuais que os deputados federais e senadores utilizaram para reajustar seus subsídios, teríamos um gasto potencial de R$ 4,2 bilhões (em todo o país). Hoje, gasto estimado com os subsídios dos vereadores é de R$ 2,561 bilhões, se projetar o aumento de 26% gasto passará para R$ 3,227 bilhões. Uma diferença de R$ 666 milhões para o próximo mandato”, disse Ziulkoski.

Segundo a CNM, no caso dos deputados estaduais, o gasto com eles vai saltar, já a partir de janeiro de 2015, de R$ 481 mil mensais para R$ 607 mil. Em um ano, incluindo o 13º salário, o custo com os parlamentares da Assembleia ultrapassa R$ 7,8 milhões. Um acréscimo de mais de R$ 60 mil por ano por eleito.

“Cada deputado possui ainda outros benefícios como: verba indenizatória, auxílio pré-escolar, auxílio alimentação e moradia, entre outros”, aponta o presidente da CNM, que revela ainda que nas 27 Assembleias Legislativas do país o subsídio dos parlamentares já está no teto.

“Esses aumentos salariais ocorrem em um momento delicado das contas públicas de todos os entes da federação, os quais devem encerrar o ano de 2014 com um inédito déficit primário, com atrasos de transferências intergovernamentais e ameaça de atrasos no pagamento da folha dos servidores”, finaliza o documento do CNM.

Confira abaixo o estudo completo em todos os Estados da Federação:

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