O prefeito fez questão de lembrar que todos os Ceinf’s
O prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), defendeu a empresa Salute após denúncia de que os responsáveis por fornecer merenda as crianças teriam enviado carne com gordura bem acima do permitido pela legislação. “Já constatamos que duas pessoas plantaram praticamente aquele pedaço de carne que aparentemente continha mais gordura do que o aceitável”, denunciou.
Bernal afirmou que compra gêneros alimentícios da melhor qualidade e com o menor preço e garantiu que a empresa entregou os produtos com a qualidade necessária. Embora tenha feito a denúncia, o prefeito não citou nomes de quem teria tentado prejudicar a merenda, informando que convocará coletiva para detalhar o que foi apurado.
O prefeito fez questão de lembrar que todos os Ceinf’s têm seus responsáveis pela fiscalização, que devem manter a administração informada de qualquer indício de irregularidade. “Se vê que o produto não preenche aqueles requisitos necessários, que é o da qualidade, tem que, imediatamente, não aceitar,não receber e denunciar o fato”, ordenou.
Bernal também aproveitou a oportunidade para responsabilizar a diretora e até a cozinheira, dizendo que se recebeu o produto da Salute, é porque entendeu que o produto poderia ser consumido. “Pior ainda, se a cozinheira viu que o produto não era para ser cozinhado. Se apresentou problema, não deveria ter cozinhado. Deveria denunciar para quem de direito e nós tomarmos a providência. Cada Ceinf tem o diretor, a nutricionista e cozinheira para fazer a fiscalização”, observou.
O prefeito garantiu que encerrará nesta segunda-feira a investigação e, comprovado o fato, responsabilizará os autores na forma da lei. Em entrevista ao Midiamax na quinta-feira (5), o advogado da empresa Salute deu versão diferente da apresentada por Bernal.
“Desde o período inicial de contrato emergencial são quase 40 mil quilos de carne distribuídos em quase 200 estabelecimentos, entre escolas e creches. É natural que em um volume tão grande possam surgir casos isolados que apontem algum tipo de problema”, admitiu.
A empresa Salute foi um dos principais alvos da CPI do Calote, criada na Câmara para investigar porque o prefeito não pagou fornecedores. A empresa, criada no dia 1º de abril deste ano, fechou alguns contratos milionários com a prefeitura. Com apenas três funcionários, sendo dois sócios e a esposa de um deles, e sem sede, a empresa chegou a ser chamada de fantasma e atravessadora por alguns integrantes da CPI. A entrevista foi concedida ao Programa Tribuna Livre.
