O local que servirá para a preparação das refeições oferecidas aos atendidos pela instituição

Mais uma iniciativa do Poder Judiciário de possibilitou que crimes e delitos, convertidos em penas pagas em dinheiro, levasse benefícios e melhorias a instituições que cuidam de projetos sociais. Na manhã desta terça-feira (10), a Associação Pestalozzi de Campo Grande inaugurou sua nova cozinha, com recursos das penas alternativas arrecadadas pela Central de Execução de Penas Alternativas (CEPA). Somente nesta obra foram quase R$ 26 mil repassados à instituição, que realizou adequações no local, além da compra de maquinário e móveis para a cozinha.

O local que servirá para a preparação das refeições oferecidas aos atendidos pela instituição, também será um local de ensino de culinária para as mães e para os jovens com deficiência que são preparados para o mercado de trabalho, possibilitando a geração de renda às famílias.

Na inauguração estiveram presentes o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador João Maria Lós, o juiz da 2ª Vara de Execução Penal da Capital, Albino Coimbra Neto, o presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região, desembargador Nery Sá e Silva de Azambuja, entre outras autoridades vinculadas à assistência da pessoa com deficiência da Capital.

Para o presidente do , Des. João Maria Lós, o trabalho que a CEPA vem desenvolvendo possibilita a melhoria dos serviços das instituições de apoio à sociedade. “É muito gratificante para o Judiciário poder transformar o que vem de ruim da sociedade, que é o produto dos crimes, transformado neste projeto social de grande impacto para estas pessoas que necessitam de atendimento e, também, aos voluntários das entidades, que são pessoas dedicadas a esta causa”.

O juiz da 2ª VEP de Campo Grande, Albino Coimbra Neto, ressaltou o trabalho realizado pelo Judiciário de MS, que já beneficiou diversas entidades da Capital, destinando quase R$ 3 milhões em convênios, desde que a CEPA foi criada em 2009. “A população precisa saber e conhecer que o que está sendo feito aqui é fruto do que é ruim da sociedade e, depois, é transformado em benefício para o que a própria sociedade produz de bom, que são estas entidades que realizam um grande trabalho social, a qual destinamos os recursos das penas alternativas”.

Segundo a presidente da Associação Pestalozzi de Campo Grande, Gysélle Saddi Tannous, esta já é a segunda reforma na instituição com recursos das penas alternativas. A primeira foi a reforma do refeitório, com a troca do forro, telhado, piso e pintura geral. A presidente da Pestalozzi explica que a reforma da cozinha viabilizou um novo espaço para preparar as refeições e, ainda, a possibilidade de oferecer cursos e fazer produtos que serão vendidos na instituição. “Os recursos que recebemos possibilitaram a reforma deste espaço. Trocamos o piso, colocamos um novo forro, instalamos os armários, as bancadas, torneiras e equipamentos, como coifas e fogões que são novos. Isto vai possibilitar fazermos a merenda para os nossos alunos, além de ter um espaço adequado para as mães e alunos terem aulas de culinária, para fazerem em casa e, também, para a geração de renda. Isto é o que nós sempre sonhamos para a Pestalozzi, que é ter uma cozinha linda e funcional como esta”.

Próximos passos – A Associação Pestalozzi de Campo Grande possui um espaço de preservação Eco Ambiental em que desenvolve o projeto “Moinho de Papel”. Segundo Gysélle Tannous, a ideia começou há 11 anos para criar artesanato em papel por meio de fibras da natureza com plantas que já não estão mais vivas. “Nós aproveitamos essas fibras num processo completamente sem química, criando papel artesanal, feito pelos próprios usuários da entidade, inclusive com o trabalho dos paralisados cerebrais que desfibram esses materiais em pilões, o que possibilita uma atividade de fisioterapia para este tipo de usuário da Pestalozzi. Nós usamos fibra de bagaço de cana, bananeira, erva-mate, entre outros materiais, que deles serão feitos abajures, cadernos, álbuns de fotos e convites de casamento, gerando renda”.

Gysélle conta que já existe um grupo de egressos da Pestalozzi chamado “Grupo Fibras”, composto de mães e alunos que se profissionalizaram a partir do Moinho de Papel. “A gente quer ampliar muito isso para ter um espaço na instituição, voltado para a rua, que funcionará como uma loja para venda de todos os produtos que o moinho e a cozinha produzirem. O objetivo é que tenhamos uma aceitação na sociedade pela qualidade destes produtos”.

Neste novo espaço de comercialização, Gysélle explica que haverá também a venda de trabalhos artesanais feitos pelas mães, além de “treinamento em vendas para os jovens e adultos atendidos na Pestalozzi para que sejam inseridos no mercado de trabalho”.