Milhares de opositores venezuelanos, entre eles o dirigente Carlos Vecchio, procurado pela Justiça, se manifestaram neste sábado em Caracas em favor da “liberdade” e respondendo ao chamado feito pelo líder preso Leopoldo López, que nesta semana convocou uma “nova etapa de luta” contra o governo de Nicolás Maduro.

Os manifestantes marcharam desde diferentes pontos da capital venezuelana até uma das principais avenidas do leste caraqueno, desde onde estudantes e políticos se dirigiram ao público em uma tarimba, incluindo o dirigente opositor Carlos Vechhio, sobre quem pesa uma ordem de captura.

“A Venezuela vive um dos momentos políticos mais difíceis de sua história contemporânea, somos postos a toda prova como nação (…) foram restringidas todas as liberdades, e quando digo liberdade me refiro à liberdade da pátria”, disse Vecchio, ovacionado por uma multidão.

Vecchio, coordenador político do partido Vontade Popular (VP), recalcou que seguirão marchando pela “liberdade” da Venezuela, sublinhando que o “povo sofre frente a uma cúpula corrupta do poder” que tem o governo de Maduro.

O prefeito metropolitano de Caracas, Antonio Ledezma, exigiu “a libertação imediata” de Leopoldo López, dos prefeitos opositores Daniel Ceballos e Enzo Scarano e dos estudantes detidos pelos protestos.

“Detenham a perseguição contra os prefeitos, os governadores, mas o mais importante, a perseguição contra os cidadãos que simplesmente querem uma Venezuela muito melhor”, assinalou Ledezma.

A esposa do López, Lilian Tintori, leu uma nova carta escrita por seu marido pedindo a Maduro que renuncie à presidência, além de qualificar o governante como o “ditador da Venezuela”.

“Desde a prisão peço a Deus que te ilumine para que dê o passo valente e patriota de renunciar e assim abrir passagem a um melhor futuro para todos os venezuelanos”, disse López através da carta lida por Tintori.

Por sua parte, o líder da oposição venezuelana e governador do estado Miranda (centro), Henrique Capriles, assegurou a jornalistas que “o movimento social” que se mantém nas ruas “crescerá mais”.

Capriles aproveitou para se referir à Organização dos Estados Americanos (OEA), organismo que, reiterou, “é preciso repensar”, depois que na sexta-feira o Conselho Permanente do mecanismo internacional suprimisse o ponto dedicado à “situação da Venezuela”.

A Venezuela vive uma onda de protestos contra o governo de Maduro há mais de um mês que deixaram um balanço oficial de 31 mortos, mais de 400 feridos e mais de mil de detidos, a maioria deles já em liberdade com medidas cautelares.