De volta a Santa Casa, ABCG diz que Junta Interventora não cumpriu todas as determinações da Justiça
Entidade, que retomou ao comando do hospital hoje, diz que intervenção deixou a desejar. Secretaria diz que as 14 determinações foram cumpridas
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Entidade, que retomou ao comando do hospital hoje, diz que intervenção deixou a desejar. Secretaria diz que as 14 determinações foram cumpridas
O presidente a ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande), Wilson Teslenco, afirmou, nesta segunda-feira (20), durante solenidade de posse na Santa Casa, que a Junta Interventora, formada pelos governos Estadual e Municipal, não cumpriu todas as 14 determinações estabelecidas pela Justiça.
“Eu diria que a Junta interventora não cumpriu todos os decretos que foram estabelecidos pela decisão da Justiça”, disse Teslenco depois de ser incentivado a fazer um balanço sobre a gestão dos oito anos de gestão do poder público.
Ele contou que é grato às ações que deram certo na administração da Junta Interventora. Mas lembrou que os maiores problemas citados em 2004, um ano antes de se fazer a intervenção, como dívidas exorbitantes e superlotação, ainda persistem no maior hospital de Mato Grosso do Sul.
Para o presidente, além das gestões do poder público e da ABCG, um terceiro tipo de administração, que resolveria os problemas já citados, pode ser implantado com parceria entre a sociedade e o poder público. “No hospital, existem aquelas coisas que deram certo, aquelas que não deram certo e aquelas que precisam ser feitas.
Para isso, poderíamos contar com parceria entre poder público e população. Essa solução é a terceira via” acredita o presidente. Teslenco lembrou que “em 2005, no início da intervenção, um ofício da Justiça dizia que, se o poder público não conseguisse resolver os problemas da Santa Casa, estaria provado que essa estratégia não serviria”.
Por isso, ele pensa que o momento é de unir forças para que os problemas ejam sanados. “A ABCG nunca quis resolver nada sozinha”, garante. A secretária estadual de Saúde, Beatriz Dobashi, rebateu o balanço feito pelo presidente da associação e garantiu que o governo entrega a gestão da Santa Casa “com sensação de dever cumprido”.
Dobashi garantiu que o Estado cumpriu as 14 determinações da sentença da Justiça na época da intervenção. “Recebemos a determinação judicial para substituir a requisição de serviços desde 2005. Cumprimos essa determinação da melhor maneira possível. Como exemplo, fizemos melhorias no pronto socorro e reformamos todas as unidades de terapia intensiva. Isso faz parte da importante rede de atendimento de urgência e emergência do hospital”, disse a secretária, que também afirmou que as prioridades de atendimento são os traumas.
Na solenidade, Dobashi entregou três relatórios com informações da administração ao presidente da ABCG. O primeiro relatório recebido por Wilson aponta todas as atividades administrativas realizadas pela Junta Interventora; o segundo mostra uma consultoria especializada; e o terceiro demonstra dados financeiros, por meio de um relatório contábil das dívidas.
“Esse é um momento de estabilidade judicial. Todos sabem que a Santa Casa é um local de extremos. Ela é a mais preparada para atender a população, no entanto, é a que mais sofre pela falta de recursos”, afirmou.
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