O Consórcio K&G saiu vitorioso ao oferecer o melhor desconto para os pedágios da Rota da Celulose, em Mato Grosso do Sul, em leilão realizado na quinta-feira (8), na B3, em São Paulo. Assim, o conjunto de rodovias estaduais e federais será administrado por uma empresa nova nas concessões e por outra que enfrenta uma repactuação de contrato.
K é de KInfra, que administra a Rodovia do Aço, no Rio de Janeiro, tenta repactuar a concessão da BR-393/RJ para evitar a relicitação. O Ministério dos Transportes já apresentou parecer desfavorável ao pedido. O imbróglio acontece porque a KInfra está com multas milionárias por não cumprir as obrigações previstas em contrato.
Isto também indica a inviabilidade da renegociação do contrato e, por isso, teve o pedido negado pelo ministério. Inclusive, a pasta ainda pediu que publicassem um decreto declarando a caducidade da concessão e a retomada da BR-393 pelo poder público.
Durante coletiva após o leilão, o ministro dos Transportes, Renan Filho, afirmou que esse imbróglio da KInfra não impedia a participação dela em outras concessões, inclusive a da Rota da Celulose, no qual saiu vencedora.
O ministro também ressaltou que a Galápago – outra parte do nome ‘K&G’ -, lidera do consórcio ao alegar a validade da união. Ou seja, ela terá mais responsabilidades e maior poder de decisão dentro do acordo.
Renan Filho ainda contou que a Galápagos participou do seu primeiro leilão junto a B3 e parabenizou as empresas vencedoras.
Confira a proposta:

Rota da Celulose
O consórcio vai administrar as rotas por 10 anos com incentivo de R$ 10 bilhões do Governo de MS e investimento de R$ 217 milhões. A vencedora apresentou desconto de 9% no valor do pedágio.
Serão concedidos 870,3 quilômetros da Rota da Celulose, que ganhou esse nome por ser formada por rodovias importantes para a cadeia produtiva da celulose no Mato Grosso do Sul. O trecho contempla extensões das rodovias estaduais MS-040, MS-338 e MS-395 e das federais BR-262 e BR-267.
Ademais, a concessão prevê recuperação, operação, manutenção, conservação, implantação de melhorias e ampliação de capacidade do sistema rodoviário pelo prazo da concessão.
Do valor investido pelo Governo do Estado, R$ 6,9 bilhões serão em capex e R$ 3,2 bilhões para despesas operacionais ao longo do contrato.
Sem interesse
Entretanto, após a falta de interessados na primeira tentativa de leiloar a Rota da Celulose, em dezembro do ano passado, o projeto passou por alguns ajustes no edital.
Entre eles, um modelo econômico-financeiro que reduz os investimentos obrigatórios durante os primeiros quatro anos de operação, uma das demandas apresentadas pela iniciativa privada.
A projeção de receita dos 20 anos de operação também acabou alterada. A concessionária deverá duplicar 115 km de rodovias, construir 457 km de acostamentos e 245 km de terceiras faixas, além de 12 km de vias marginais.
Ademais, serão implantados 38 km de contornos urbanos, 25 acessos, 22 passagens de fauna e 20 alargamentos de pontes. Estão contempladas ainda obras de arte especiais, estruturas como pontes e passarelas, totalizando 3.780 m².

Pedágios na Rota da Celulose
O novo modelo de concessão considera a instalação de 12 praças de pedágio nos trechos.
São eles:
- 1 em Três Lagoas
- 1 em Água Clara
- 1 em Nova Andradina
- 1 em Nova Alvorada do Sul
- 2 em Ribas do Rio Pardo
- 2 em Campo Grande
- 2 em Santa Rita do Pardo
- 2 em Bataguassu
Entre as novidades, a concessão deve aderir a pórticos de cobrança de pedágio automático chamada de Free-Flow. Em relação, a tarifa quilométrica, o projeto reajustou para R$ 0,19 por quilômetro em pistas simples e R$ 0,26 para pista dupla.
Além disso, para composição da política tarifária foram adotados os parâmetros de diferenciação de tarifa entre as de pista simples e de pista dupla (40% superior).
Descontos
A cobrança de pedágio será 100% eletrônica (sistema free-flow) com desconto de 5% na tarifa para usuários optantes pelo sistema de tag válido (AVI), e descontos progressivos de até 20% da tarifa para veículos de passeio conforme a frequência e isenção de cobrança para motocicletas.
A intenção é entregar as rodovias que formam a rota para a iniciativa privada com o intuito de economizar nos investimentos e promover melhorias. Com isso, quer alavancar ainda mais a região leste do Estado.
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