A sessão inaugural na Câmara de Vereadores de Campo Grande, na manhã desta segunda-feira (17), marcou o início da 12ª legislatura e foi marcada pela discussão do combate da violência contra a mulher, especialmente diante do feminicídio de Vanessa Ricarte, aos 42 anos, na última quarta-feira (12). A jornalista enviou áudios aos amigos narrando o atendimento frio e desumano que recebeu na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), horas antes de ser assassinada a golpes de faca pelo ex-noivo, Caio Pereira.
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Amigos, familiares, colegas de profissão e sociedade civil se despediram da jornalista durante o velório realizado na Casa de Leis da Capital, na quinta-feira (13).
Durante o discurso na tribuna, a prefeita Adriane Lopes (PP) falou que o caso foi uma “fatalidade” e relembrou que a primeira Casa da Mulher Brasileira foi instalada em Campo Grande devido aos altos índices de violência na Capital.
“Nós vamos trabalhar repetidamente para que Campo Grande tenha políticas públicas que atendam as mulheres na nossa cidade […] Nós somos mães, nós somos mulheres, e nós vamos exigir respeito. Nós não vamos disputar com os homens, nós vamos ombrear e fazer Campo Grande cada vez mais uma cidade justa, boa para se trabalhar e melhor ainda para se viver”, afirmou a prefeita.

Antes do discurso da prefeita, o vereador e líder do PT na Casa de Leis, Jean Ferreira, pediu um minuto de silêncio pela morte da jornalista. Ele falou em sucateamento da Casa Mulher Brasileira, que é de responsabilidade do poder público municipal.
“Nos últimos dias, vimos mulheres sendo assassinadas por falhas do Estado e que isso seja reconhecido pelos poderes e pelo sucateamento da Casa da Mulher Brasileira, que foi cedida à administração da Prefeitura. É lamentável ver mulheres sofrendo com a falta de acesso aos recursos”, apontou Ferreira.
O assunto de violência doméstica também foi abordado no discurso do vereador Prof. Juari (PSDB), que falou em nome da maior bancada da Casa de Leis. Na fala, o docente defendeu investimentos na educação e relacionou o feminicídio na Capital com uma “cultura de violência”.
“Como disse o vereador Jean Ferreira aqui com o que aconteceu com a Vanessa, é justamente, de certa maneira, uma cultura da violência. Nós precisamos incentivar os nossos jovens a ler, a mostrar que a mulher tem que estar onde quiser. Temos que tirar essa cultura machista pela escola”, defendeu.
A primeira sessão ordinária está marcada para a próxima terça-feira (18), com previsão de seis projetos na Ordem do Dia.
📍 Onde tentar ajuda em MS
Em Campo Grande, a Casa da Mulher Brasileira está localizada na Rua Brasília, s/n, no Jardim Imá, 24 horas por dia, inclusive aos finais de semana.
Além da DEAM, funcionam na Casa da Mulher Brasileira a Defensoria Pública; o Ministério Público; a Vara Judicial de Medidas Protetivas; atendimento social e psicológico; alojamento; espaço de cuidado das crianças – brinquedoteca; Patrulha Maria da Penha; e Guarda Municipal. É possível ligar para 153.
☎️ Existem ainda dois números para contato: 180, que garante o anonimato de quem liga, e o 190. Importante lembrar que a Central de Atendimento à Mulher – 180, é um canal de atendimento telefônico, com foco no acolhimento, na orientação e no encaminhamento para os diversos serviços da rede de enfrentamento à violência contra as mulheres em todo o Brasil, mas não serve para emergências.
As ligações para o número 180 podem ser feitas por telefone móvel ou fixo, particular ou público. O serviço funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana, inclusive durante os finais de semana e feriados, já que a violência contra a mulher é um problema sério no Brasil.
Já no Promuse, o número de telefone para ligações e mensagens via WhatsApp é o (67) 99180-0542.
📍 Confira a localização das DAMs, no interior, clicando aqui. Elas estão localizadas nos municípios de Aquidauana, Bataguassu, Corumbá, Coxim, Dourados, Fátima do Sul, Jardim, Naviraí, Nova Andradina, Paranaíba, Ponta Porã e Três Lagoas.
⚠️ Quando a Polícia Civil atua com deszelo, má vontade ou comete erros, é possível denunciar diretamente na Corregedoria da Polícia Civil de MS pelo telefone: (67) 3314-1896 ou no GACEP (Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial), do MPMS, pelos telefones (67) 3316-2836, (67) 3316-2837 e (67) 9321-3931.