A BR-163 está prestes a ser leiloada após uma série de problemas enfrentados na atual gestão e, para a deputada estadual Gleici Jane (PT), a duplicação da rodovia, que corta Mato Grosso do Sul, urge.
“A situação da BR-163 é alarmante. A rodovia segue oferecendo riscos graves à população, como já demonstrado por dados e denúncias. A duplicação é urgente; não há mais tempo para adiamentos”, diz ao Jornal Midiamax.
O novo contrato divulgado pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) prevê a redução nos trechos que originalmente estavam na lista de duplicação. De 806,3 km no contrato original, agora serão 203 km nos novos termos, indo na contramão dos pedidos dos usuários.
A parlamentar também criticou a atuação da CCR MSVia, atual gestora da BR e que também vai participar do novo leilão. “A falta de transparência da concessionária, que omite informações sobre a arrecadação real dos pedágios, revela má gestão e desrespeito com os usuários. Essa conduta compromete a credibilidade do contrato de concessão e expõe a negligência com a segurança de quem trafega pela via”, opina.
Para a deputada, os órgãos de fiscalização devem tomar providências para responsabilizar a concessionária. “Os usuários da BR-163 exigem respostas e respeito”, completa. Reportagem do Jornal Midiamax mostrou que dos 845,9 quilômetros de extensão da BR-163 em MS, 15 trechos concentram mais de 90 acidentes por quilômetro. Nos últimos 11 anos, os maiores registros de ocorrências por km aconteceram em áreas urbanas.
BR-163 em Campo Grande
Dos 15 trechos com mais registros de acidentes da rodovia, 10 são em Campo Grande. Os quilômetros mostram grande incidência de ocorrências na BR-163 quando há fluxo urbano.
Isso porque a rodovia cerca o município, sendo usada como alternativa para o trânsito urbano. Ademais, segue com os veículos pesados que usam a rota intermunicipal.
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Ao contrário de São Paulo, que possui um dos rodoanéis mais conhecidos — o Rodoanel Mário Covas — Campo Grande não possui solução para o fluxo misto (de rodovia e urbano).
O rodoanel citado contorna a região metropolitana de São Paulo, interligando as rodovias Dutra, Régis Bittencourt e Anhanguera. E o principal: possibilita aos condutores urbanos alternativas como vias expressas.

Leilão
Após todo o imbróglio e pressão por avanços na BR-163, houve manifestação para relicitação da concessão. Os questionamentos e solicitações chegaram ao TCU (Tribunal de Contas da União). Em novembro de 2024, a maioria dos ministros votou pela repactuação do contrato de concessão, mas, meses depois, em 30 de janeiro de 2025, a ANTT lançou o edital de leilão da BR-163 em MS.
Assim, a solução promete o avanço das obras sem a necessidade de um processo de relicitação — tentativa de driblar o atraso das melhorias aguardadas para a rodovia. A repactuação aponta mudanças nas obrigações de investimentos. Entre elas, a redução dos trechos para duplicação.
Ou seja, os condutores terão menos de 50% da rodovia duplicada. Ainda que 203 quilômetros sejam duplicados, junto aos 150 quilômetros que contêm a duplicação, apenas 41% da estrada terá este tipo de melhoria – que promove segurança aos condutores.
Por fim, a CCR MSVia confirmou ao Jornal Midiamax a participação no leilão. “A participação da Concessionária no leilão se dará na forma do Edital de Processo Competitivo nº 1/2025. A CCR MSVia reafirma o cumprimento integral de suas obrigações contratuais e sua dedicação à operação e manutenção da rodovia, com foco na segurança e na qualidade dos serviços aos clientes”.
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