‘Preocupados com anistia’: Kemp critica bolsonaristas e diz que grupo ignora queimadas no Pantanal
O projeto de lei que concede anistia aos presos envolvidos nos atos golpistas do dia 8 de janeiro de 2023 avançou na Câmara dos Deputados
Mariane Chianezi, Beatriz Magalhães –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
O deputado estadual Pedro Kemp (PT) criticou, durante sessão plenária nesta quarta-feira (11), políticos bolsonaristas do Congresso Nacional que, conforme o petista, estariam mais preocupados em anistia aos presos pelo 8 de janeiro ao invés das queimadas que castigam o Pantanal.
“O que deveria chamar a atenção dos parlamentares do Congresso Nacional para que pensassem em políticas mitigatórias das mudanças climáticas, dos eventos extremos que estão acontecendo no país? Enquanto tudo isso acontece, tem um grupo de deputados federais bolsonaristas preocupados em aprovar um projeto de lei que concede anistia aos golpistas do dia 8 de janeiro, que depredaram a sede dos três poderes em Brasil, eles estão preocupados com isso”, criticou.
Além das queimadas que destroem biomas, Kemp também pontuou as mudanças climáticas que afetam o Sul do Brasil, como no Rio Grande do Sul. Por fim, criticou mais uma vez grupo congressista. “Eu diria que essa turma presta um grande desserviço à nação brasileira na medida em que eles só pensam numa coisa, garantir a volta do atraso, do retrocesso e do fascismo no Brasil”, afirmou.
Por outro lado, o deputado Zé Teixeira (PSDB) pediu para que o colega não generalizasse. “Não colocam fogo de propósito”, disse.
Anistia aos presos de 8 de janeiro
O projeto de lei que concede anistia aos condenados envolvidos nos atos golpistas do dia 8 de janeiro de 2023 avançou nesta terça-feira (10) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. O deputado Rodrigo Valadares (União/SE) apresentou o parecer favorável à anistia, mas o início da ordem do dia no Plenário interrompeu a continuidade dos debates na comissão, como determina o Regimento Interno da Câmara, e a discussão foi adiada.
O relator apresentou alterações em relação ao projeto original, que previa a anistia a todos os condenados em manifestações desde o dia 30 de outubro, quando atos contrários ao resultado eleitoral bloquearam rodovias em várias partes do país. Agora, pelo novo parecer, os anistiados devem ser os condenados nos atos a partir do 8 de janeiro.
Segundo o artigo 1º do Projeto de Lei 2.858/2022, “ficam anistiados todos os que participaram de manifestações com motivação política e/ou eleitoral, ou as apoiaram, por quaisquer meios, inclusive contribuições, doações, apoio logístico ou prestação de serviços e publicações em mídias sociais e plataformas, entre o dia 08 de janeiro de 2023 e o dia de entrada em vigor desta Lei.”
No 8 de janeiro de 2023, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram as sedes dos Três Poderes, em Brasília, pedindo a adoção de um golpe militar no Brasil.
A sessão começou com a obstrução dos partidos contrários a anistia, que começaram apresentando uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) para aumentar a pena para criminosos ambientais, mas a medida foi rejeitada pela maioria da comissão.
A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL/SP) apresentou um relatório paralelo contrário ao projeto. Ela lembrou que a anistia é um instituto humanizador e deve ter como motivação o interesse público.
“A utilização da anistia em benefício próprio e de apoiadores políticos configura notório desvio de finalidade, que não deve ser tolerado. No Estado Democrático de Direito não há lugar para a edição de leis que contrariem o interesse da coletividade”, destacou.
Ainda segundo a parlamentar, o projeto estimula os crimes contra a honra e contra o Estado Democrático de Direito e viola o princípio da independência entre os Poderes, o que o tornaria inconstitucional, “na medida em que objetivam desconstituir decisões judiciais. Ferem, por consequência, os imperativos do devido processo legal, da segurança jurídica e da coisa julgada”.
No Brasil, é crime tentar depor – por meio da violência ou de grave ameaça – o governo legitimamente constituído ou impedir e restringir o exercício dos poderes constitucionais, conforme define a Lei 14.197/2021. Essa legislação também considera crime incitar, publicamente, a animosidade entre as Forças Armadas e os demais poderes constitucionais. As penas variam e podem chegar a 12 anos de cadeia.
Favorável à anistia, o deputado federal Marcel Van Hattem afirmou que a revolta das pessoas ocorreu porque o presidente Lula foi eleito e subiu a rampa do Palácio do Planalto uma semana antes. Ele reconheceu “excessos” e depredação, mas criticou o que chamou de “farsa”.
“Não foi por acaso que aconteceu o 8 de janeiro, com todos os seus excessos, e inclusive, sim, todas as depredações, que precisam, individualmente, serem averiguadas. Mas o ministro Alexandre de Moraes, a Procuradoria Geral da República e todos os envolvidos nessa farsa, decidiram não individualizar a conduta, e mandar todos para a cadeia, no atacado, inclusive muitos que nem estavam em Brasília”, afirmou.
Com a interrupção da sessão na CCJ, que analisava um requerimento de retirada de pauta, o projeto de lei deve ser voltar à pauta nesta quarta-feira (11), de acordo com a presidente da comissão, Carolina de Toni (PL-SC).
(Agência Brasil)
Notícias mais lidas agora
- Alerta de afogamentos continua: 10 já morreram em MS nas primeiras duas semanas de 2025
- Entre feriados e pontos facultativos, 21 datas marcam calendário comemorativo de Campo Grande em 2025
- Moradora de Bataguassu é a primeira vítima de Covid-19 no Estado em 2025
- Família de homem com deficiência mental morto por americano em MS pede R$ 3,2 milhões de indenização
Últimas Notícias
Bolão de Dourados fatura R$ 151 mil e aposta da Capital R$ 75 mil com quina da Mega
Os números sorteados foram: 05 – 20 – 28 – 38 – 50 – 53
Polícia faz prisão e apreende caminhonete roubada em SP após perseguição na MS-040
Prisão e apreensão em Santa Rita do Pardo
Time alternativo do Botafogo garante a primeira vitória no Carioca diante da Portuguesa
Venceu a Portuguesa por 2 a 0
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.