Em reunião com o governador Eduardo Riedel (PSDB) nesta terça-feira (6), comitiva paraguaia apresentou projeto que pode tirar planos do papel e promover a importação do gás argentino para o Mato Grosso do Sul.

O grupo formado por empresários e autoridades levou ao chefe do Executivo Estadual, plano para movimentar o produto de países sul-americanos e Mato Grosso do Sul. Em tese, o corredor energético daria mais competitividade e potencial a toda região. A reunião ocorreu no gabinete do receptivo do governo do Estado.

“Estive recentemente no Chaco Paraguaio, onde percorremos e avaliamos novas perspectivas econômicas para região. O gás (natural) é um grande ativo para alavancar e potencializar o desenvolvimento do Mato Grosso do Sul. Trata-se de uma agenda estratégica ao Estado e ao País”, avaliou Riedel.

Este projeto apresentado de novo “corredor energético” faria ligação Argentina, Paraguai, Brasil, podendo chegar ao Chile, seguindo os mesmos passos da rota bioceânica nesta nova conexão Atlântico e Pacífico.

Presente no encontro, o ministro de Indústria e Comércio do Paraguai, Javier Giménez, destacou a importância do projeto e a boa parceria com o Estado.

“A reunião foi muito boa. O Estado do Mato Grosso do Sul é companheiro do Paraguai e o governador tem uma visão clara e estratégica sobre a industrialização do Estado. Assim como Paraguai é de suma importância a logística, a questão energética, assim como o comércio. Esperamos que este diálogo siga avançando”.

O empresário Giuliano Franco, CEO da empresa Zeus Energy, destacou que o projeto será uma opção estratégica ao Paraguai, Mato Grosso do Sul e todo Brasil. “O gás natural passa a ser uma alternativa como garantia de segurança energética ao Brasil, uma opção muito competitiva, que vai contribuir ao desenvolvimento das indústrias do Estado, assim como a produção de agricultura”.

Projeto na prática

Ele ressaltou que inicialmente este gás (natural) viria da Argentina, passando pelo Paraguai e entrando no Mato Grosso do Sul por Porto Murtinho. “Assim se conectaria com o sistema brasileiro de gás. Em uma segunda etapa poderia vir da produção de gás no Paraguai, que tem alto potencial, mas falta infraestrutura e investimento”.

A comitiva ainda teve a presença do embaixador do Paraguai, Juan Ángel Delgadillo, do vice-ministro de Minas e Energia, Mauricio Bejarano, assim como do empresário Marco Pappalardo e do assessor sênior de Rediex, Carlos Gil, e o deputado estadual Zeca do PTTambém participaram da reunião o vice-governador Barbosinha, o secretário de Governo e Gestão Estratégica, Rodrigo Perez, o secretário-adjunto da Semadesc, Walter Carneiro Júnior e Paulo Henrique Gomes Antello e Silva, Assessor de Riscos e Conformidade da MSGÁS.

Gasoduto

O gasoduto entre a jazida de Vaca Muerta, no oeste argentino, e a fronteira com o Rio Grande do Sul está em licitação pelo atual governo argentino. Se o cronograma for cumprido, existem chances de a obra ser concluída entre o fim de 2024 e o início de 2025.

Em janeiro de 2023, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou a confirmar que o BNDES financiaria parte da obra estatal do gasoduto argentino. Segundo o jornal Poder360, antes de o petista confirmar a decisão do Brasil, o governo da Argentina já havia se antecipado em 2022, depois da eleição, dizendo que receberia dinheiro brasileiro para o gasoduto.

Porém, após a eleição de Javier Milei, os planos de financiamento foram deixados de lado.