Áudios que circulam por grupos de mensagens do WhatsApp demonstram a intenção de um grupo em ocupar uma área da comunidade Homex para “aproveitar” o ano eleitoral. 

O Midiamax já mostrou que, na noite da última quarta-feira (7), a Prefeitura de Campo Grande derrubou barracos no local e que moradores dizem que foram expulsos sem poder levar os pertences. Além disso, eles afirmam que crianças foram chamadas de macacos por agentes da GCM (Guarda Civil Metropolitana).

“Tem muitas mães que precisam e agora ficamos lutando para ganhar algo e os policiais xingando os filhos de macacos. Isso é injusto, eu tenho um bebê de 3 meses, eu tava lá, mas não deixaram nem tirar as coisas de dentro do barraco, já chegaram com patrola e derrubaram”, afirmou Wanelle Fernandes Alves Almeida, de 26 anos, que luta há dois anos por uma moradia.

Já as mensagens que circulam nas redes sociais, nesta sexta-feira (9), motivam a ocupar o lugar e construir barracos. Não há detalhes sobre quando o plano seria posto em prática, apenas que iniciaria às 9h “com sol ou chuva”. 

Além disso, este ano ser eleitoral também foi levado em consideração como um fator motivador para a ocupação. “Vamos fazer o máximo de barracos, estamos em época política pessoal, não podemos desistir”, diz trecho do texto. 

Ainda é mencionada a intenção de solicitar a presença da imprensa e dos “direitos humanos” para chamar a atenção sobre a ação. A ideia é que o grupo se ajude para levantar os barracos. 

“Todo mundo se reúne, levanta o primeiro barraco, põe a família dentro, corre já levanta o segundo barraco e põe a família dentro e assim por diante, porque se cada um for levantar o seu barraco vai demorar, não é fácil, não é toda família que tem dois ou três homens para poder levantar um barraco ligeiro”, explica um homem em um dos áudios. 

Novas ocupações

O Midiamax havia acionado a Emha (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários) e a GCM para perguntar sobre a desocupação de quarta-feira.

A Emha respondeu que foi acionada para verificar uma tentativa de ocupação irregular em área próxima da comunidade Homex.

“No local, foram encontradas somente estacas de madeira antigas que estavam recém-montadas, sem a presença de qualquer pessoa no local. Não havia no local qualquer ocupação consolidada ou família morando. Para evitar a consolidação de uma nova ocupação irregular, as estruturas foram imediatamente removidas”, disse a Emha em nota.

Além disso, a agência destacou que a comunidade Homex está passando por um processo de regularização fundiária.

“Todas as famílias que compõem a comunidade já foram devidamente cadastradas, e os contratos de regularização já começaram a ser entregues. Por fim, a Emha esclarece que tais ações são realizadas conforme as determinações legais e visando promover a ordem pública e a segurança da comunidade”, finalizou em nota.

A GCM não teria dado uma devolutiva até o momento. O espaço segue aberto para manifestações. 

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