Deputados federais de Mato Grosso do Sul integram de parlamentares que assinarão pedido de do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após falas sobre as ações de Israel na Faixa de Gaza. Lula comparou as ações com as de Hitler de extermínio aos judeus na 2ª Guerra Mundial.

Até o momento, Rodolfo Nogueira (PL) e Marcos Pollon (PL) afirmaram que vão assinar o pedido, que deve ser protocolado na Câmara dos Deputados nesta terça-feira (20). Para os congressistas da oposição, Lula cometeu crime de responsabilidade ao fazer comparações das ações de Israel com o holocausto.

“Isso enseja o Pedido de Impeachment que estamos apresentando contra o mandatário da nossa Nação, que expôs-nos a perigo de guerra, como medida da aplicação da mais inteira e urgente Justiça”, escreveu Rodolfo Nogueira.

Inicialmente, a lista divulgada conta com 65 assinaturas, mas pode ter mais adesão até o processo de protocolo na Câmara. Pollon não aparece na lista de nomes, mas confirmou ao Midiamax que assinará junto aos demais parlamentares.

De acordo com a Agência Senado, o impeachment é de responsabilidade do Senado Federal, mas a Câmara dos Deputados precisa autorizar a instauração do processo. Essa autorização precisa ter o apoio de 342 deputados. Se o impeachment for aprovado, o presidente perderá o cargo e ficará inabilitado por oito anos para o exercício de função pública. A aprovação do impeachment precisa do apoio de 54 senadores.

Israel declara Lula como ‘persona non grata'

Em Adis Abeba, na Etiópia, Lula disse que não há outro paralelo ao que está ocorrendo em Gaza a não ser o que foi feito durante a Nazista, durante a Segunda Guerra Mundial. “O que está acontecendo em Gaza não aconteceu em nenhum outro momento histórico, só quando Hitler resolveu matar os judeus”, disse Lula.

Após as falas, o governo de Israel declarou nesta segunda-feira (19) que Lula é uma “persona non grata”. “Não perdoaremos e não esqueceremos — em meu nome e em nome dos cidadãos de Israel, informei ao Presidente Lula que ele é uma ‘persona non grata' em Israel até que ele peça desculpas e se se retrate”, escreveu o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, nas redes sociais.

Conforme o g1, mais de 24 mil pessoas já morreram no conflito, que começou no início de outubro de 2023.

O termo “persona non grata” (alguém que não é bem-vindo, em tradução livre) é um instrumento jurídico utilizado nas relações internacionais para indicar que um representante oficial estrangeiro não é mais bem-vindo. O termo foi descrito no artigo 9 da Convenção de Viena sobre relações diplomáticas.

Katz afirmou também que “a comparação do presidente brasileiro Lula entre a guerra justa de Israel contra o Hamas e as ações de Hitler e dos nazistas, que exterminaram 6 milhões de judeus, é um grave ataque antissemita que profana a memória daqueles que morreram no Holocausto”.