O deputado estadual Pedro Kemp (PT) explicou nesta quinta-feira (21) que os deputados devem fazer uma contraproposta ao governo do Estado sobre o abono de R$ 300 para os servidores estaduais aposentados que recebem até dois salários mínimos e meio.

“Essa proposta beneficia um número muito pequeno dos servidores, em torno de 4 mil. E nós entendemos que precisamos aumentar para pelo menos 11 mil servidores, que são aqueles que ganham até 5 salários mínimos, ou seria o teto do Regime Geral de Previdência, cerca de R$ 7 mil”, contabiliza.

Kemp lembra que antes da última reforma, promovida pelo ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB), havia uma isenção até o teto da previdência.

“Aqueles que ganhavam até R$ 7,700 mil ficavam fora desse desconto. E o desconto era apenas acima de quem ganhava esse valor. Nós queremos negociar com o governo do Estado essa proposta de beneficiar aqueles que ganham até cinco salários mínimos, porque nós atenderíamos então esse número de 11 mil servidores dos 29 mil aposentados que existem no Estado”, explica.

O deputado, que é da comissão que discute o abono com o Estado junto com o deputado estadual Pedro Arlei Caravina, ex-secretário de Governo e Gestão Estratégica, conta que sempre que a alíquota é discutida, o governo diz ter um rombo na previdência.

“Sempre falam em um rombo de R$ 11 bilhões. Se for nesse caminho, nós nunca vamos sair do lugar, porque esses aposentados não têm culpa do rombo da previdência. Se no passado o governo não fez uma previsão de depositar os descontos dos servidores para garantir as aposentadorias futuras, não são esses aposentados que vão pagar essa conta”, rebate.

Manifestação

Servidores estaduais aposentados lotam nesta quinta-feira (21) a Alems (Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso do Sul) para pressionar os deputados estaduais a não aceitarem a proposta que deve ser encaminhada hoje pelo governo do Estado, que prevê abono de R$ 300 para servidores que recebem até dois salários mínimos e meio.

Os servidores pedem o fim da alíquota de 14% da MSPrev, descontada da folha de pagamento desde o governo de Reinaldo Azambuja (PSDB).

Ludemar Solis Azambuja, presidente do Sinted de Maracaju, explica que os servidores brigam pelo fim da taxa ou ao menos a queda dela pela metade. “Nosso objetivo é que os deputados votem a favor dos aposentados, retirando a taxa de 14% da Ageprev. Tirar tudo ou pelo menos 50%. Passamos a nossa vida inteira contribuindo”, disse.

Vários grupos do interior do Estado ainda aguardam a entrada no prédio. Os servidores também pedem transparência e auditoria independente na Ageprev, pois consideram que não existe transparência em relação às contas da previdência.

“Isso aí é dinheiro que saiu do bolso de nós aposentados e que sai dos que estão na ativa. Temos aquela história de que foi retirado R$ 400 milhões do fundo na gestão do Azambuja. Queremos esclarecimento sobre isso e sobre o tal déficit. Por isso uma auditoria independente é necessária”, apontam.