‘Quanto tem arrecadado?’: Vereadora critica paralisação de atendimentos no Hospital de Câncer

Os médicos do hospital anunciaram paralisação nesta quarta-feira (22) por atraso nos salários

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar
Hospital do Câncer parou de atender novos pacientes em fevereiro. (Foto: Divulgação/ Hospital de Câncer)

A vereadora de Campo Grande, Luiza Ribeiro (PT), criticou através das redes sociais a paralisação nos atendimentos médicos no Hospital do Câncer Alfredo Abrão e cobrou transparência da administração do hospital. Os profissionais anunciaram o ato nesta quarta-feira (22), alegando não receberem salários e estarem sem outros direitos trabalhistas.

Em publicação nas redes sociais, a vereadora pelo Partido Trabalhista resumiu como “inaceitável e absurda” a paralisação. Ribeiro pontua que, além dos pacientes que já fazem tratamento através do SUS (Sistema Único de Saúde), há pacientes aguardando há meses na fila de atendimento pelo Sistema de Regulação.

“O HCAA fala sobre déficit financeiro mensal, mas não informa quanto de recursos públicos recebe todos os meses, da Prefeitura e do Governo do Estado, não informa quanto de recursos públicos recebeu nos últimos anos, não informa porque não faz licitação para a escolha do melhor preço para contratar exames de particulares, não informa, sendo filantrópica, quanto tem arrecadado de particulares, não indica nenhuma outra solução a não ser interromper o atendimento da pessoa doente de câncer e com isso pressionar o Poder Público a transferir mais recursos ao hospital”, comenta a vereadora.

Segundo a direção da unidade, o déficit financeiro acumulado do Hospital de Câncer chega a R$ 770 mil reais por mês. Em meio a diversos problemas elencados, os médicos aguardam o cumprimento integral da regularização dos pagamentos e dos contratos dos integrantes do corpo clínico; regularização dos serviços de patologia e exames de imagens, essenciais aos diagnósticos e tratamentos. 

“A partir de hoje, serão realizados somente os atendimentos de urgência e emergência realizados no PAM (Pronto Atendimento do Hospital, 24H), as cirurgias de urgências e emergências, atendimentos de UTI e os tratamentos nos setores de quimioterapia, radioterapia e hormonioterapia já em andamento”, diz nota divulgada nesta quarta-feira.

Os médicos anunciaram que só normalizarão os atendimentos quando houver resolutividade para esta questão e os recursos forem efetivamente liberados. Em dezembro, 422 funcionários e 75 médicos já tinham relatado falta de pagamento do 13º salário dos funcionários. 

Atualmente, 99% dos pacientes do SUS recebem tratamentos gratuitos no Hospital de Câncer. A unidade realiza 70% dos atendimentos oncológicos públicos de todo o Estado. 

Conteúdos relacionados

senadora ministério