Os moradores da região do Lageado em Campo Grande estão na Câmara nesta segunda-feira (26) para discutir a situação do mau cheiro no local. ‘Quintal’ de indústrias, do presídio federal, de um curtume e de uma fábrica de fertilizantes, apontada como geradora do fedor nos bairros, a região estaria abandonada, reclamam.

Presidente do bairro Dom Antônio Barbosa, Rubens Honório, de 59 anos, destaca que ninguém consegue resolver o maior problema do local. “Estamos numa área considerada a área mais importante da Capital porque os grandes investimentos estão no fundo do nosso quintal e só agora que estamos recebendo rede de esgoto”, diz

Rubens destaca que as indústrias impactam na região dos bairros Parque do Sol, Parque dos Sabiás, Dom Antônio Barbosa, Jardim Colorado, José Teruel Filho e Lageado. “Quando discutimos o meio ambiente, queremos discutir qual o papel da população e do poder público. Quando fomos levados pra lá, a prefeitura não falou que não teria rua, energia elétrica. ‘Vocês vão trabalhar e viver do lixão’. E foi o que aconteceu com 1600 famílias. Então durante toda uma vida as famílias foram vencendo, mas fomos descartados ali. Depois de quatro, cinco anos que começou a ser passada a rede de água e esgoto. O mau cheiro é predominante”, disse.

Propositor do seminário, o vereador André Luis (Rede) aponta o crescimento do bairro e falta de políticas públicas. “Vamos discutir a grande região do Lageado, que são vários bairros. O objetivo é discutir como está sendo o crescimento desse bairro, porque tem empreendimentos de alto impacto ambiental lá e e a qualidade de vida é muito ruim. Vamos ver como está a visão do município em relação a isso. Ali tinha o lixão que virou aterro, tem a estação de tratamento de esgoto e a fábrica de fertilizantes. Vamos apurar o que está acontecendo”.

Planurb quer discutir ocupação

Diretor de Geoprocessamento Pesquisa e Informação da Planurb (Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano), Fábio Nogueira, explica que Campo Grande está crescendo muito. “Onde vamos colocar essas pessoas ao longo dos 10 anos? Temos que discutir isso. A cidade tem um planejamento, e a questão do custo de oportunidade que é importante, entre você aplicar o recurso num lugar que vai ter mais ou menos oportunidades”, frisa.

Para Fábio, o momento é de verificar quais os principais problemas e resolvê-los. “A comunidade aqui vai discutir o que é importante para ela. Eu, como palestrante, vou fazer um diagnóstico e mostrar como o bairro evoluiu ao longo do tempo”, pontua.

Seminário

A Câmara Municipal de Campo Grande promove na segunda-feira, dia 26, o seminário “O Meio Ambiente e os Desafios do Bairro Lageado”. A discussão sobre o assunto foi proposta pelo vereador Prof. André Luis, presidente da Comissão Permanente de Mobilidade Urbana e integrante da Comissão de Meio Ambiente.

A abertura será às 8h e às 9h30 será feita roda de conversa com a comunidade. Em seguida, a discussão em relação ao tema “Lageado do futuro – O bairro que queremos”. O público, então, fará seus questionamentos.