Pular para o conteúdo
Política

Riedel suspende licenças e promete lei para revogar decreto do desmatamento no Pantanal

Resolução do Conama que pedia "revisão urgente" de decreto que liberou devastação no Pantanal deve ser suspensa
Aliny Mary Dias, Eser -
Compartilhar
desmatamento pantanal
Área desmatada em uma fazenda no Pantanal é equivalente a 1,3 mil campos de futebol. (Marcos Ermínio, Jornal Midiamax)

O governador Eduardo Riedel (PSDB) se reuniu com representantes do Ministério do Meio Ambiente, nesta quinta-feira (10), e decidiu suspender pelo prazo de 180 dias as licenças ambientais que liberam desmatamento no Pantanal. Segundo apurou o Jornal Midiamax, o governador deve promover discussões para que o decreto 4.273/2015, assinado pelo ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e o secretário estadual de Meio Ambiente, Jaime Verruck, seja revogado.

O governador discutiu a situação com os secretários executivo e extraordinário de Controle do Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco e André de Lima.

Segundo apurou o Jornal Midiamax com fontes ligadas ao Ministério do Meio Ambiente, diante do compromisso do Governo do Estado de revogar as licenças ambientais, o Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), órgão vinculado ao Ministério, deve suspender recomendação que previa “revisão urgente” do decreto de 2015. Um ofício será encaminhado pelo ministério ao Conama para suspender a recomendação.

O decreto de 2015 que liberou devastação no Pantanal de Mato Grosso do Sul foi feito com base em estudo encomendado pela Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) junto à Esalq-USP. Nem a própria instituição endossou os dados usados para liberarem desmatamentos no Pantanal. O estudo é questionado pelo MPE-MS (Ministério Público Estadual) e pela Embrapa Pantanal.

A reportagem também apurou que o governador Eduardo Riedel se comprometeu no encontro com os técnicos do Ministério em acabar com lavouras de soja no Pantanal, além de criar a primeira Lei do Pantanal.

Um fórum composto por ONGs, moradores e Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) será organizado para que o assunto seja discutido. A pretensão é que após os encaminhamentos, o decreto de 2015, assinado por Reinaldo e Verruck, seja revogado.

O governador deve se reunir ainda nesta quinta-feira (10) com deputados federais para apresentar o plano de trabalho envolvendo a suspensão das licenças e revogação do decreto. Um projeto de lei deve ser encaminhado à Assembleia Legislativa com objetivo de regulamentar as atividades no Pantanal.

Ministério Público investiga emissão de licenças ambientais

Após escândalos de desmatamentos no Pantanal, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) recomendou ao Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) que deixe de emitir licenças caso não haja estudo de impacto no bioma. A recomendação ao órgão ambiental acontece após denúncias de desmatamentos desenfreados no Pantanal, onde obras em rodovias chegaram a ser paralisadas após determinação do Governo e medida cautelar do TCE-MS.

Na recomendação publicada no Diário Oficial do MPMS no dia 31 de julho, os promotores Luiz Antônio Freitas de Almeida e Luciano Furtado Loubet, da 34ª Promotoria de Justiça de Campo Grande, descrevem que o cenário de desmatamento no Pantanal tem se acentuado nos últimos anos.

“Em meados de 2010, estudos já indicavam o aumento do desmatamento na região. Mais recentemente, tal cenário tem se agravado a tal ponto que hoje os desmatamentos no bioma possuem a maior velocidade média do Brasil, com a derrubada de 78 hectares por dia. Em 2021, os alertas de desmatamento no Pantanal totalizaram 28,6 mil hectares, um aumento de 15,7% das taxas de desmate do bioma entre 2020 e 2021”, pontuam.

Os promotores consideram que a omissão do Poder Público quanto à fiscalização dos desmatamentos ocorridos tem contribuído para agravar o panorama. A recomendação descreve que Mato Grosso do Sul tem apenas 64% das áreas com constatação de desmatamento potencialmente ilegal foram vistoriadas para fiscalização.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Durante chuva forte em Campo Grande, asfalto cede e abre ‘cratera’ na Avenida Mato Grosso

Bebê que teve 90% do corpo queimado após chapa de bife explodir morre na Santa Casa

Com alerta em todo o Estado, chuva forte atinge Campo Grande e deixa ruas alagadas

Tatuador que ficou cego após ser atingido por soda cáustica é preso por violência doméstica

Notícias mais lidas agora

Menino de 4 anos morre após tomar remédio controlado do pai em Campo Grande

Pedágios

Pedágio em rodovias da região leste de MS fica 4,83% mais caro a partir do dia 11 de fevereiro

Vítimas temem suposta pressão para abafar denúncias contra ‘fotógrafo de ricos’ em Campo Grande

Morto por engano: Trabalhador de usina foi executado a tiros no lugar do filho em MS

Últimas Notícias

Política

‘CPI do Consórcio Guaicurus’ chega a 10 assinaturas e já pode tramitar na Câmara

Presidente da Câmara, Papy (PSDB) não assinou pedido da CPI após defender mais dinheiro público para empresas de ônibus em Campo Grande

Cotidiano

Decisão de Trump de taxar aço pode afetar exportação de US$ 123 milhões de MS

Só em 2024, Mato Grosso do Sul exportou 123 milhões de dólares em ferro fundido para os EUA

Transparência

MPMS autoriza que ação contra ex-PGJ por atuação em concurso vá ao STJ

Ação pode anular etapa de concurso por participação inconstitucional de Magno

Política

Catan nega preconceito após Kemp pedir respeito à professora trans

Fantasia de ‘Barbie’ da professora não foi considerada exagerada por outros deputados