Após a segunda fase da Operação Tromper, que investiga possível corrupção em contratos e licitações de Sidrolândia, a Prefeitura Municipal determinou análise das contratações. Segundo a prefeita Vanda Camilo (PP), a Procuradoria e Controladoria serão responsáveis pelas medidas.

“Determinei à Procuradoria e Controladoria rigorosas análises do ocorrido e das empresas investigadas”, diz em nota. Segundo a prefeita, “é de extrema importância que todas as medidas adotadas estejam em estrito cumprimento com as normas legais, incluindo as orientações de rescisão ou outras medidas jurídicas a adotar”.

Assim, disse que exonerou o servidor investigado pela ação, que foi preso na sexta-feira (21). “Exonerei o servidor Tiago Basso da Silva, que se encontra sob investigação, reafirmando nosso compromisso com a transparência e a legalidade em todas as instâncias da administração municipal”, disse Vanda.

Contudo, a exoneração ainda não foi publicada no Diário Oficial do Município desta segunda-feira (24), que integra a publicação da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul). Por fim, a prefeita disse que é favorável às investigações do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).

“Apoiamos integralmente os órgãos de fiscalização e repudiamos qualquer conduta que vá contra os princípios éticos e legais. Nossa gestão permanece firme no objetivo de servir à comunidade, garantindo o interesse público como prioridade”, disse.

Segunda fase da Tromper

Na sexta-feira (21), o Gaeco cumpre 9 mandados em Sidrolândia, são cinco mandados de busca e apreensão e quatro de prisão preventiva.

O Midiamax confirmou a prisão de dois empresários e um servidor municipal. São eles Ueverton da Silva Macedo, que já foi candidato a vereador no município pelo PSD, também Roberto da Conceição Valençuela e o servidor Tiago Basso da Silva. Além disso, o quarto mandado de prisão foi direcionado ao empresário Ricardo José Rocamora Alves.

Segundo apurado pelo Jornal Midiamax, Rocamora tem contrato milionários em Sidrolândia e não foi encontrado durante a segunda fase da operação.

Rocamora também foi alvo da primeira fase da Tromper, em 18 de maio deste ano. Na data, ele foi preso e encaminhado à delegacia de Sidrolândia. Contudo, pode ter sido solto após audiência de custódia.

Contratos milionários

Além de garantir contratos que somam o montante de R$ 900 mil no intervalo de apenas quatro dias, a empresa Rocamora Serviços de Escritório Administrativo Eirelli faturou R$ 2,3 milhões da prefeitura de Sidrolândia de janeiro até 19 de maio. A empresa foi alvo da Operação Tromper, em maio deste ano.

A ação tem objetivo de desmontar esquema de fraude em licitações que estava em operação há seis anos na cidade, segundo concluíram as investigações.

Em cinco meses, foram pagas centenas de ordens de serviço contempladas a partir de oito contratos firmados com a empresa. Assim, um dos contratos é de R$ 1,5 milhão, para fornecimento de materiais e serviços como instalação elétrica, material de copa e produtos de higiene.

Contudo, o que chama atenção na relação da prefeitura com a investigada pelo Gaeco é que o ramo de atuação da empresa é bastante diverso. A Rocamora fornece desde alimentos para merenda escolar, presta serviços de chaveiro, faz manutenção em ar-condicionado e até fornece vidros para a prefeitura de Sidrolândia.

Portanto, a variedade no ramo de atuação da empresa foi um dos motivos que levaram os agentes do Gaeco a investigar a fundo as contratações da empresa.