PGR alega ‘audácia’ em esquema de corrupção no TCE-MS para manter Waldir Neves, Chadid e Iran afastados

Procuradora quer que os conselheiros voltem a usar tornozeleira eletrônica e fiquem longe do prédio do TCE-MS

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Conselheiros Iran Coelho das Neves, Waldir Neves e Ronaldo Chadid (Foto: Arquivo/TCE-MS)

A procuradora da República Lindôra Araújo pediu a prorrogação por mais um ano do afastamento dos conselheiros do TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul) Waldir Neves Barbosa, Ronaldo Chadid e Iran Coelho das Neves.

Na manifestação do MPF (Ministério Público Federal), a procuradora quer que os conselheiros voltem a usar tornozeleira eletrônica e fiquem longe do prédio do TCE-MS. Os servidores Douglas Avedikian e Thaís Xavier Ferreira da Costa também devem ficar afastados pelo mesmo período.

O trio foi afastado do cargo em dezembro de 2022 pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) por suspeita de corrupção.

Com o prazo de afastamento se aproximando do final, a procuradora pede a reavaliação do prazo “impondo-se, ao fiscal da lei, o dever de sua reavaliação, sendo certo que sua manutenção é medida essencial para garantia da normalidade da instrução que irá ser realizada no bojo das ações penais iniciadas a partir das denúncias oferecidas nos autos do INQ 1192, assim como à preservação da ordem pública”.

A procuradora lembra, na manifestação, que os conselheiros afastados agiram com ‘audácia’. “Mesmo após a deflagração da 1ª fase ostensiva da operação, agiram de modo a continuar com o esquema criminoso”.

Agora, o ministro relator Francisco Falcão aguarda prazo para a manifestação da defesa dos conselheiros afastados.

Operação Terceirização de Ouro

Em 8 de dezembro de 2022, a PF (Polícia Federal) deflagrou a Operação Terceirização de Ouro, um desdobramento da Mineração de Ouro, realizada em junho de 2021. Com apoio da Receita Federal e CGU (Controladoria-Geral da União), foram cumpridos 30 mandados de busca e apreensão em Campo Grande e mais quatro cidades brasileiras. 

As investigações apontaram uso de pessoas jurídicas vinculadas à participação no certame para contratação de empresas com licitações fraudulentas. Assim, entre as estratégias utilizadas para vencer as licitações, estava a agilidade na tramitação do procedimento.

Além de exigência de qualificação técnica desnecessária ao cumprimento do objeto. Por fim, faziam contratação conjunta de serviços completamente distintos em um mesmo certame e apresentação de atestado de capacidade técnica falsificado.

Um dos contratos investigados, com a Dataeasy Consultoria e Informática, supera R$ 100 mil. A corte suspendeu os pagamentos à empresa após a operação e, ao fim do termo, encerrou o vínculo

Iran, Chadid e Neves estão afastados por 180 dias. Eles tiveram redução de até 88,5% nos salários após a ação da PF.

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