Lideranças cobram nome indígena para o Dsei de Mato Grosso do Sul

Nota informa que indígenas não aceitarão interferências externas em decisões da comunidade indígena

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indígena Distrito Sanitário Especial Indígena
Foto: Henrique Arakaki, Arquivo, Jornal Midiamax

Lideranças indígenas de Mato Grosso do Sul cobram nome indígena para liderança do Dsei (Distrito Sanitário Especial Indígena) do Estado. Assim, nesta quarta-feira (15), o Conselho Terena afirmou que um nome de fora da comunidade é cotado para a coordenação do Dsei-MS.

Este “órgão não deve ser gerido por um não indígena”, afirmam as lideranças. Conforme o Conselho, reuniões políticas debatem nomes de fora da comunidade para coordenação do Dsei.

“Essa especulação tem causado revolta na população indígena do Estado, que querem que alguém de seu povo assuma o órgão”, afirmam as lideranças. O assessor político do Conselho Terena, Arildo Terena, afirma que recebem diversas mensagens de indígenas. “Não estão satisfeitos com a especulação de um homem branco não indígena assumir o Dsei”, informa.

Nomeação pendente

Arildo destaca que a comunidade indígena aguarda a nomeação desde o início do Governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a exoneração do antigo coordenador. “Estamos esperando essa nomeação desde o fim de janeiro, quando o antigo coordenador (Luiz Antônio de Vieira Júnior), foi exonerado”, afirma.

Assim, lembra que o Dsei de MS é o maior do Brasil e atende cerca de 85 mil indígenas do Estado. “O órgão é responsável pela execução das políticas voltadas à saúde indígena de Mato Grosso do Sul, além de exercer o atendimento básico”, aponta.

As lideranças indígenas sul-mato-grossenses exigem a nomeação de um membro da comunidade para coordenação do Dsei-MS. “O indígena é quem tem o conhecimento real da necessidade da base de sua comunidade, ele está in loco para saber o que se passa”, pontua o assessor do Conselho.

Conforme as lideranças, a especulação de um nome de homem branco na coordenação do Dsei de MS surgiu a partir de agenda da ministra Sônia Guajajara com deputado de MS. “Não adianta termos uma ministra que é indígena e aqui em Mato Grosso do Sul, no órgão mais importante da saúde indígena do Estado, ter uma pessoa que não conhece nossa realidade”, afirma uma liderança indígena que pediu para não ser identificada.

Para a liderança, a nomeação de um branco para o Dsei-MS é “uma coisa que não pode acontecer”. Por fim, o assessor político do Conselho afirma que indígenas são “capazes de fazer uma gestão na Funai. Somos capazes de fazer uma gestão na Sesai, tanto ao nível nacional quanto ao nível estadual”, destaca.

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