Após Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmar nesta terça-feira (25) que pediu para que os clubes de tiro fossem fechados no Brasil, o deputado federal e pró-armas, Marcos Pollon (PL), condenou as falas do presidente. Para o congressista, o chefe do executivo no país ‘persegue’ os CACs (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador) e busca ‘vingança’ contra os bolsonaristas.

“Completamente antidemocrática essa declaração. Que faz a perseguição de um nicho que obedece a lei, que contrata, gera emprego, paga impostos. Só um ditador tem coragem de buscar extinguir esporte que gerou primeira medalha olímpica na história para o Brasil. […] Mostra que o presidente não desceu do palanque, não está preocupado em governar, esta preocupado em vingança, de alguns setores da população que ele identifica como bolsonaristas”, disse.

Durante a fala, Lula ainda afirma que o decreto de Jair Bolsonaro (PL) sobre o armamento seria para “agradar o crime organizado”. Pollon classificou a afirmação como ‘mentirosa’ e sem nenhuma referência técnica.

“Sem qualquer referencia, diz que as armas adquiridas legalmente abastecem o crime organizado, isso é mentira. Os índices mostram que eventuais desvios de armas compradas de maneira legal para o crime organizado, a porcentagem são casas decimais. Ele sabe disso porque o Ministério da Justiça tem esses índices. Ao contrário, deveriam se empenham em desarmar os criminosos, mas não faz. Isso é preocupante e aponta que o Crasil caminha para o regime ditatorial”, disse o parlamentar.

Pollon também protocolou na Câmara dos Deputados um PDL (Projeto de Decreto Legislativo) que suspende o novo decreto que regulamenta as armas no Brasil, assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Conforme o congressista, o novo regulamento ‘extrapola as atribuições constitucionais e viola a Lei 10.826 que passa para a Polícia Federal atribuições legais do Exército Brasileiro’.

Lula pede que clubes de tiro sejam fechados

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira, 25, que não considera que donos de clubes de tiro sejam empresários. Ele também afirmou que é preciso fechar a maioria desses estabelecimentos.

“Eu, sinceramente, não acho que o empresário que tem um lugar de praticar tiro é empresário. Eu já disse para o Flávio Dino: ‘Nós temos que fechar quase todos (clubes de tiro) e só deixar aberto os que são da Polícia Militar, Exército ou Polícia Civil. É a organização policial que tem que ter lugar para treinar tiro. Não a sociedade brasileira”, disse Lula no programa “Conversa com o Presidente”, live semanal promovida pela comunicação institucional do governo.

Na última sexta-feira (21), o presidente assinou um novo decreto que torna mais rígido o controle de armas de fogo no País. O texto reduz o limite de armas a que podem ter acesso caçadores, atiradores esportivos e colecionadores (CACs), além de restringir também o uso de alguns calibres. O presidente defendeu ainda que a gestão anterior do seu adversário, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), agradava ao crime organizado com sua política armamentista.

O novo decreto do governo sofreu repressão de deputados de oposição que apresentaram um projeto para sustar os efeitos do documento de Lula. O texto, assinado por 53 parlamentares, tem o objetivo de reestabelecer as normas da gestão de Bolsonaro de acordo com o autor da proposta, Paulo Bilynskyj (PL-SP). O parlamentar escreveu nas redes sociais que o decreto apresentado na sexta-feira tem elementos que “exorbitam o poder regulamentar, uma vez que viola o Estatuto do Desarmamento”.

O decreto assinado por Lula também fez com que o ex-presidente Bolsonaro utilizasse a sua conta no Twitter para fazer campanha contra. Nesta segunda-feira (24), Bolsonaro postou uma foto de 2004, onde aparece colocando uma faixa em um gramado de Brasília com os dizeres “entregue sua arma, os vagabundos agradecem”.