Nesta segunda-feira (3), os trabalhadores do transporte público de Campo Grande anunciaram greve nesta sexta-feira (7), devido ao reajuste salarial. Para os vereadores da Capital, a paralisação pode ser uma articulação do Consórcio Guaicurus para pressionar o aumento da tarifa dos ônibus.

Conforme o presidente do sindicato, Demétrio Freitas, foi acordado reajuste de 17% no salário dos trabalhadores. No entanto, o Consórcio teria baixado o percentual para 11,8%.

Em paralelo, o Consórcio de ônibus tenta reajustar o valor da tarifa, que atualmente é de R$ 4,20. As empresas de ônibus querem aplicar alta de 21,93%, que deixaria a passagem em R$ 5,12 na Capital.

Assim, o vereador Ronilço Guerreiro (Podemos) destacou que apesar do trabalhador do transporte coletivo precisar do reajuste salarial, “a população não aguenta pagar um transporte caro”.

Ao Jornal Midiamax, ele afirmou que “a empresa pode sim ter condicionado o reajuste dos trabalhadores com o aumento da tarifa”. Por isso, quando os trabalhos forem retomados, a CPI do Consórcio Guaicurus deve solicitar um levantamento “de todas essas informações, para verificar o contrato, as tabelas e principalmente o serviço prestado à nossa população”.

No mesmo sentido, o vereador (Solidariedade), relaciona a greve com o aumento da tarifa. “Espero que não seja mais uma artimanha do consórcio para forçar qualquer aumento, até porque o prefeito já sinalizou aumento apenas de correção da inflação e nada mais”.

Quando as empresas de transporte coletivo apresentaram proposta de aumento de 21%, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) estabeleceu aumento de no máximo 5% na Capital. Assim, a passagem aumentaria para no máximo R$ 4,41.

Apesar da possível ligação, o vereador destacou que “o movimento dos trabalhadores seja legítimo”. Mas lembrou que a empresa precisa antecipar discussões sobre os reajustes antes de chegar às greves. “A população e usuários do transporte não podem ser prejudicados de forma alguma”, disse ao lembrar que esses assuntos devem ser discutidos na CPI neste ano.

“O consórcio Guaicurus não respeita nem o contrato com o município e com seus clientes que é garantir um serviço de qualidade com ônibus novos”, disse o vereador Coringa (PSD) ao lembrar da situação dos trabalhadores. “Só espero que [o Consórcio] não use os funcionários para ter maior reajuste na tarifa”, admitiu.

Para o vereador Valdir Gomes (PSD), haverá pressão para o aumento da tarifa. “Acredito que vão pressionar com este objetivo sim, infelizmente o trabalhador a nível de funcionários não tiveram reajuste, tudo muito complicado”, lamentou.

O vereador Clodoilson Pires afirmou que “é difícil prever” a situação. “Mas em fevereiro quando voltar os trabalhos, iniciaremos uma CPI. Acredito que podemos conseguir alguns avanços e dar uma resposta a sociedade”, disse.

Greve é direito

“A greve é um direito do trabalhador”, destacou o vereador Beto Avelar (PSD). Assim, afirmou que “se há essa paralisação é porque há o descontentamento em relação ao não cumprimento do acordo firmado”.

Porém, o vereador destacou que nem os trabalhadores, nem o Consórcio procuraram a Câmara para ajudar na resolução do problema. “Seria leviano da minha parte dizer que a greve seja uma jogada para o reajuste”, finalizou.

Para o vereador Zé da Farmácia (Podemos), “o reajuste deles [trabalhadores] está condicionado ao aumento da tarifa da passagem, então ficou complicado mesmo”. Já o vereador André Luis (Rede), afirmou que “o pleito é justo”.

O presidente da Casa, vereador Carlão (PSB), acredita que “seja uma greve pacífica e que tem apenas um objetivo ter aumento nos salários”. Os vereadores Coronel Alírio Vilassanti (PSL) e Juari (PSDB) acreditam que a solicitação dos trabalhadores é legítima. Para o vereador Tabosa (PDT), a greve também é válida.

Mas ele acredita que “infelizmente o prefeito Marcos Trad é o atual responsável pela situação que está ocorrendo hoje”. Contrário da maioria, o vereador Jamal afirmou que é “contra a greve neste momento. Na minha opinião antes de entrar em greve deveria existir o diálogo para não prejudicar a população”.