No final da tarde desta quarta-feira (7), a Câmara de Maracaju publicou nota sobre a operação Dark Money, que suspendeu o mandato de oito vereadores. No comunicado, a Casa de Leis afirma que a suspensão dos mandatos é temporária.

“A Câmara Municipal de Maracaju vem a público informar que o Departamento Jurídico não teve acesso aos Autos do Processo e a íntegra das decisões proferidas. Somente das intimações que suspendem os mandatos temporariamente.

Entre os afastados, estão o presidente eleito da Casa de Leis, vereador Robert Ziemann (PSDB) e o primeiro secretário, Nenê da Vista Alegre (MDB).

Então, a Casa de Leis destacou que o vice-presidente Gustavo Duó (PP) assumirá as responsabilidades da presidência. Bem como Oséias Enfermeiro (Republicanos) passa a ser primeiro secretário.

“Providência essa necessária para dar andamento nas questões internas e financeiras da Casa”, destacou a Casa de Leis. Por fim, informou que “as demais questões sobre as sessões plenária serão decididas pelos vereadores remanescentes”.

Além de Gustavo e Oseias Enfermeiro (Republicanos), restaram outros três vereadores na Câmara de Maracaju. São eles: Luciano França (PSDB), Rener Barbosa (PSDB) e Vilmar Era do Gelo (Patriota).

Mandatos suspensos

Oito dos 13 vereadores de Maracaju estão com os mandatos suspensos após a deflagração da Operação Dark Money – Fase Mensalinho.

Jornal Midiamax apurou que também estão afastados Hélio Albarello (MDB) – que foi presidente na legislatura passada –; o segundo vice-presidente, Jeferson Lopes (Patriota). O primeiro secretário da Mesa Diretora, Antônio João Marçal de Souza, o Nenê da Vista Alegre (MDB); Ilson Portela, o Catito (PSDB); Laudo Sorrilha (PSDB). Ludimar Portela, o Nego do Povo (MDB); e João Gomes Rocha, o Joãozinho Rocha (MDB).

Procurada, a assessoria da Câmara informou que não tinha detalhes da ação, já que os policiais civis cumpriram os mandados nesta manhã. O prefeito Marcos Calderan (PSDB) disse não ter conhecimento da operação, já que cumpre agenda em Bonito.

Operação em Maracaju

Na 3ª fase da investigação do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), foi identificado pagamento de propina a vereadores durante os meses de dezembro de 2019 e novembro de 2020. As propinas eram pagas por ordem do então prefeito Maurílio Azambuja (MDB) que, com o aval de outros servidores, tinha como objetivo afrouxar a fiscalização das contas da prefeitura pela Câmara, além de aprovar projetos e leis de seu interesse.

O pagamento de propina tinha como objetivo impedir o funcionamento adequado do Legislativo, já que é de responsabilidade deles a fiscalização. Assim, a 3ª fase foi nomeada como ‘Mensalinho’ em referência ao esquema do mensalão, que era operado em nível federal.

As investigações do Dracco apontaram que 11 dos 13 vereadores que integravam a Câmara no período teriam recebido pagamentos indevidos oriundos dos desvios feitos na Prefeitura.