O professor de –a 139 km de Campo Grande– que é investigado pelo estupro da afilhada, da irmã dela e de uma mulher que, hoje, tem 38 anos (mas teria sido abusada aos 15), foi expulso dos quadros do PT. A medida, adotada pelo Diretório Municipal do partido, foi referendada pela cúpula estadual petista, conforme nota.

O suspeito, que já ocupou posto na direção da legenda em Aquidauana, também integrou a diretoria da Fetems (Federação dos Trabalhadores na Educação de Mato Grosso do Sul), da qual foi afastado. O professor foi secretário de Políticas Municipais da federação e, ainda, integrou a direção de 2 sindicatos.

Os casos de violência sexual são investigados pela DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher de Aquidauana) e, mesmo sem a conclusão do inquérito, o PT decidiu tomar a medida.

A Comissão Executiva Municipal do PT de Aquidauana, em nota, pontuou que decidiu pela exclusão do quadro levando em consideração artigo do seu estatuto que prevê a expulsão em casos de “fortes indícios de violação de dispositivos pertinentes à disciplina e à fidelidade partidária” que possam prejudicar a agremiação.

“O Partido dos Trabalhadores reforça o seu compromisso aos princípios éticos para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, bem como o seu dever de combater, por todos os meios ao seu alcance, a exclusão social, a desigualdade, e quaisquer formas de discriminação quanto ao sexo, à raça, à etnia, à religião, à condição econômica, à atividade profissional, às convicções políticas, a qualquer condição de deficiência, de idade, de orientação sexual, bem como os atos de assédio moral, sexual, a pedofilia, a violência doméstica e outros da mesma natureza”, frisa a nota, conforme divulgado pelo site O Pantaneiro.

Também em nota assinada por seu presidente, Valdimir Ferreira, o Diretório Regional do PT comunicou referendar a decisão do Diretório Municipal. “Mesmo sem conhecer o inteiro teor da denúncia (face ao sigilo da investigação e ação penal) é de se reconhecer que, nesse momento, impera a presunção de veracidade da palavra da vítima”, destacou o comunicado.

A direção estadual ainda considera que “o PT orienta seus diretórios municipais e filiados a se manterem para não tolerar práticas de violência, devendo afastar supostos agressores tão logo tomem conhecimento de evidências desses crimes, reportados ou não às autoridades policiais”, e que “é importante rememorar que nenhuma violência física, sexual ou psicológica pode ser tolerada em nosso meio, em especial em desfavor de mulheres, crianças e adolescentes e demais minorias raciais, étnicas, orientação sexual ou política”.

O professor é investigado por estuprar a afilhada, hoje com 18 anos, e a irmã dela, de 15. O caso veio à tona no dia 7 de janeiro, quando a primeira vítima revelou os abusos à mãe. Depois, a irmã informou ter sido violentada.

Uma mulher de 38 anos também acusou o professor de a estuprar há 22 anos, durante uma viagem à praia da qual o autor e sua família participaram.