Prestou depoimento por cerca de 5 horas na Superintendência da Polícia Federal, em Campo Grande, nesta quarta-feira (28), José Ricardo Guitti Guimaro, o “Polaco”. Ele foi intimado para depor em inquérito que trata de crimes fiscais e volta a para ser ouvido.

O depoimento iniciou por volta das 15 horas e terminou pouco antes das 20 horas desta quarta-feira. Polaco e mais uma pessoa prestaram depoimento. O Jornal Midiamax apurou que os crimes investigados são sonegação fiscal, adulteração de informações para Receita Federal e fraude contra o Fisco.

Polaco deixou Mato Grosso do Sul após a descoberta de um plano que envolvia roubo de propina e, intimado, foi até a sede da Polícia Federal acompanhado do advogado, José Roberto da Rosa, para ser ouvido. Polaco é uma das mais de 100 testemunhas e considerado peça-chave no âmbito da Operação Vostok.

Advogado José Roberto da Rosa defende Polaco (Arquivo, Midiamax)

A testemunha presta depoimento em um inquérito de crime fiscal, envolvendo as movimentações financeiras da JBS. Presos, os envolvidos no roubo da propina delataram Rodrigo Souza e Silva, filho do governador (PSDB), como mandante de crime de roubo de propina. Posteriormente, conforme apurou o Jornal Midiamax, as investigações apontaram suspeita de que o plano poderia envolver a execução de Polaco.

Corretor de gado, Polaco é apontado como envolvido no esquema que usava notas frias de compra e venda de gado para tentar esquentar o dinheiro oriundo de propina para conceder incentivos fiscais a empresas no Estado.

Vostok

A motivação do plano de execução, segundo investigações no âmbito da Operação Vostok, da Polícia Federal, seria porque Polaco estaria pedindo mais dinheiro para manter o silêncio sobre o que sabia do esquema de pagamento de propina a Reinaldo Azambuja pela JBS. O arranjo não deu certo porque o corretor de gado desconfiou dos planos e mandou outra pessoa receber o dinheiro em seu lugar.

Reinaldo, Rodrigo, Polaco e mais 21 pessoas estão entre os denunciados pelo MPF (Ministério Público Federal) ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A denúncia, que cita o orquestramento do roubo, aponta que o governador tucano recebeu R$ 67,7 milhões em vantagens ilícitas.

Em troca, concedeu benefícios fiscais que desfalcaram os cofres estaduais em R$ 209,7 milhões.