“Não tenho político de estimação”, afirmou o deputado estadual Capitão Contar (PSL) após nova polêmica que envolve o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Após entrevista do ex-empregado de Bolsonaro, Marcelo Luiz Nogueira dos Santos, novos possíveis fatos sobre o esquema de rachadinha foram expostos nesta sexta-feira (3).

Em entrevista divulgada pelo Metrópoles, o ex-empregado cita como o controle dos salários de assessores parlamentares para Flávio e Carlos Bolsonaro. Os filhos do presidente teriam assumido o esquema de corrupção, supostamente cometido pela família do presidente Jair, após descoberta da traição da ex-esposa Ana Cristina Valle.

Assim, ao Jornal Midiamax, o deputado estadual afirmou que não tem conhecimento da notícia publicada nesta sexta-feira (3). “Não acompanhei essa notícia, mas adianto que não tenho político de estimação e, se comprovarem qualquer corrupção nesse caso, que sejam punidos os responsáveis e ressarcidos os valores desviados”, disse.

O caso

Um homem que se apresenta como ex-assessor parlamentar do senador Flávio Bolsonaro (Patriota) e afirma ter trabalhado durante 14 anos para a família do presidente Jair Bolsonaro, acusa os irmãos Flávio e Carlos Bolsonaro (que é vereador no Rio pelo Republicanos), além da advogada Ana Cristina Valle, ex-mulher do presidente, de terem praticado o esquema de “rachadinhas” (devolução do salário de funcionários nomeados), entre outros crimes. Marcelo Luiz Nogueira dos Santos brigou com Ana Cristina neste ano e deu entrevista ao site Metrópoles, narrando sua versão dos fatos.

O ex-assessor disse que começou a trabalhar com a família Bolsonaro após um pedido de seu namorado, que era cabeleireiro de Ana Cristina, então mulher do presidente, em 2002. Nogueira afirmou ao site que começou a trabalhar na campanha eleitoral de Flávio Bolsonaro, que concorria pela primeira vez a deputado estadual no Rio. Flávio se elegeu, e Nogueira foi convidado a se tornar assessor parlamentar de nível quatro, com salário bruto oficial de R$ 7.326.

Mas havia uma condição, exposta por Ana Cristina: ele teria de devolver 80% do salário, no esquema conhecido como “rachadinha”, o que é crime. Nogueira diz que aceitou a proposta e que trabalhou de 19 de fevereiro de 2003 a 6 de agosto de 2007. Nesse período, segundo ele, outros funcionários também devolviam ao gabinete porcentuais de seus vencimentos. Ana Cristina era a responsável pelo recolhimento.

Nogueira afirmou ao Metrópoles que o esquema vigorava tanto no gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) como no de Carlos Bolsonaro, vereador na capital fluminense desde 2001. A advogada só teria deixado de exercer a função ao se separar de Jair Bolsonaro, em 2007, quando o presidente supostamente teria descoberto que era traído pela então esposa com seu segurança, o bombeiro militar Luiz Cláudio Teixeira.