Pular para o conteúdo
Política

Decisão que pode levar a acesso de investigações contra Reinaldo em CPI é ‘vitória da população de MS’, diz Soraya

Hoje senadora, advogada é autora da ação popular que pede o bloqueio de R$ 730 milhões em bens do governador e do grupo JBS
Arquivo -

Autora da ação popular que tenta o bloqueio de R$ 730 milhões em bens do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e do grupo JBS, a senadora (PSL-MS) classificou a decisão que pode garantir a publicidade de dados e informações de investigações em CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) contra o tucano como uma “vitória da população sul-mato-grossense”.

“Fico otimista com a decisão, uma vez que nosso pedido é resultante de uma ação popular pedindo o bloqueio de bens do governador Reinaldo Azambuja e da JBS, em 2016”, complementou a hoje senadora. A ação pretende a reparação aos cofres públicos por desvios em suposto esquema de corrupção e é movida também pelo advogado Danny Fabrício Cabral Gomes.

Na última quinta-feira (20), a ministra do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Regina Helena Costa acatou recurso de Soraya e Danny Fabrício, e mandou o (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) julgar o agravo no qual a dupla pede acesso a documentos de investigação produzidos pela CPI das Irregularidades Fiscais e Tributárias, que ficou conhecida como CPI da JBS.

A reviravolta pode garantir a publicidade de dados e informações capazes de encorpar ainda mais o conjunto de provas que implicam o governador Reinaldo Azambuja como chefe de suposto esquema de corrupção no Executivo estadual. Alvo da Operação Vostok, o tucano foi denunciado ao STJ por corrupção, e organização criminosa no ano passado.

A sentença da ministra Regina Helena Costa determinou que a Justiça Estadual processe e julgue o agravo de instrumento que requer o acesso dos advogados aos autos da ação derivada das investigações da CPI. A 4ª Câmara Cível do TJMS havia negado o pleito em abril de 2019 com base em uma tecnicidade – superada pela magistrada na decisão de quinta (20).

Grande parte dos documentos juntados no processo originado da CPI não foram para o relatório final da comissão, sob a justificativa de proteger o sigilo tributário da JBS. Portanto, seu conteúdo ainda é um mistério.

“É importante lembrar que o instrumento que usamos foi uma ação popular, e que é direito de qualquer cidadão questionar qualquer indício de irregularidade por parte dos agentes públicos. Antes de estar senadora da República, eu já era uma cidadã consciente dos meus direitos e deveres, e disso eu não abro mão”, continuou Soraya Thronicke.

[Colocar ALT]
Governador Reinaldo Azambuja (PSDB) em evento da JBS – Divulgação/Governo de MS

Uma vez garantido o acesso, a documentação da CPI será compartilhada nos autos da ação popular que tenta bloquear R$ 730 milhões de Reinaldo e da rede de frigoríficos. A investida chegou a conseguir a indisponibilidade de bens em um primeiro momento, mas a decisão acabou derrubada depois.

Além de mandar o TJMS apreciar novamente o agravo de instrumento, a ministra Regina Helena Costa derrubou a multa aplicada pela 4ª Câmara Cível aos advogados, no valor de 1% da causa – ou seja, de R$ 7,3 milhões.

A ação popular que pede o bloqueio de bens de Reinaldo e da JBS e o processo originado da CPI correm sob segredo de Justiça.

Delação dos irmãos Batista impulsionou CPI

Instalada em 2017, a CPI da JBS foi impulsionada pela delação dos irmãos Joesley e Wesley Batista, que delataram esquema de pagamento de propina a Reinaldo em troca de isenções fiscais. As investigações da comissão focaram nos benefícios tributários aproveitados pela empresa e acabaram por isentar o tucano. Ao fim, governo estadual e rede de frigoríficos firmaram um acordo, sob a alegação de preservar os empregos criados pelo grupo.

Mas o governador acabaria enquadrado pela Polícia Federal no ano seguinte, quando foi deflagrada a Operação Vostok. As investigações resultaram na denúncia do MPF (Ministério Público Federal) ao STJ, oferecida em outubro de 2020, segundo a qual o tucano teria recebido, entre 2014 e 2016, R$ 67,7 milhões em vantagens ilícitas disfarçadas de doações de campanha e transações de venda de gado e carne – os “bois de papel”. A JBS se beneficiou com uma renúncia fiscal que teria desfalcado os cofres estaduais em R$ 209,7 milhões.

Reinaldo pode acabar afastado do cargo pela Corte Especial do STJ caso a denúncia seja aceita. Em fevereiro deste ano, o ministro Félix Fischer determinou o desmembramento da ação e “rebaixou” ao TJMS o processo e julgamento dos demais 23 denunciados com o governador. Segundo Fischer, a cisão é para acelerar o andamento do caso. O MPF recorre desta decisão.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais
terenos psdb

Vereadores se calam sobre prefeito do PSDB preso e operação em Terenos

MPF pede suspensão de concurso da Marinha

dolar

Dólar fecha em alta com receio de sanções americanas após julgamento de Bolsonaro

Após matar sogra, homem tentou vender celular e bolsa da vítima

Notícias mais lidas agora

Prefeito e empreiteiras: Gaeco fez buscas em 59 endereços contra corrupção em Terenos

De casebre à mansão: prefeito de Terenos teve salto patrimonial de 218% em quatro anos

Funcionários suspendem paralisação após Santa Casa efetuar pagamento em Campo Grande

Operação contra ferros-velhos leva duas pessoas para a delegacia em Campo Grande

Últimas Notícias

Loterias

Bolão em Campo Grande fatura R$ 102 mil com cinco números da Mega

68 apostas acertaram cinco dezenas

Trânsito

Motorista de carreta morre preso às ferragens em tombamento na BR-262

Após o tombamento, o condutor morreu preso nas ferragens

Brasil

Câmara aprova projeto que tipifica exercício ilegal da veterinária

O projeto também determina que se o crime resulta em lesão ou morte de animal

Cotidiano

Carreta da Justiça atende 380 pessoas em Paranhos

A equipe da Carreta da Justiça realizou um total de 113 atendimentos