A CCJR (Comissão de Constituição, Justiça e Redação ) da Assembleia Legislativa barrou que previa testagem gratuita para novo coronavírus aos doadores de sangue em . A proposta do deputado João Henrique (PL) foi arquivada após parecer contrário do relator, deputado Professor Rinaldo (PSDB). A decisão de parlamentares alinhados ao governador (PSDB) vai contra até ao que o próprio Governo tem defendido em relação à testagem em massa. 

O projeto foi rejeitado por unanimidade na comissão, que, além do tucano, tem também o líder do governo, Gerson Claro (PP), e os deputados Renato Câmara (MDB), Lídio Lopes (Patriota) e Evander Vendramini (PP). Todos atuam alinhados ao Executivo.

João Henrique disse à reportagem que o Governo do Estado colocou sua “tropa” para barrar o projeto ainda na CCJR.

O parlamentar justificou o projeto pelo incentivo à doação de sangue – o tem enfrentado dificuldades para manter os estoques em níveis regulares – e pela ampliação na estratégia de testagem para .

'Tropa' de Reinaldo barra projeto que garantia teste para covid-19 de graça em MS
Deputado João Henrique durante sessão plenária remota da Assembleia (Foto: Luciana Nassar/TV Assembleia)

O parecer do deputado Professor Rinaldo citou a legislação sobre doação de sangue no País, que descarta trocar o ato voluntário por remuneração ou benefícios.

O tucano argumentou ainda sobre a possibilidade de pessoas sintomáticas para covid-19 procurarem as unidades de coleta interessadas no teste gratuito. Segundo ele, isso expõe “todos a riscos não aconselháveis”, escreveu.

Ampliação da testagem

Via transmissões ao vivo da SES (Secretaria de Estado de Saúde), o próprio governo estadual prega o aumento na disponibilidade de exames. A ampliação é defendida para identificar a prevalência do Sars-CoV-2 e definir as medidas de mitigação do contágio pelo vírus.

Para o médico infectologista Rodrigo Coelho, a ideia no bojo da proposta é válida como incentivo a doadores de sangue. “Tem muita gente querendo fazer o teste”, comentou.

Coelho é receoso quanto a efetividade dos chamados testes rápidos, que rastreiam os anticorpos para o Sars-CoV-2 no sangue. O exame não é recomendado para diagnóstico da covid-19, uma vez que só funciona a partir do oitavo dia de infecção ou manifestação de sintomas.

“Mas a testagem em massa é interessante do ponto de vista estatístico, até para saber se determinada população adquiriu, ou não, imunidade de rebanho e está menos suscetível ao vírus”, complementou.

Segundo dados da SES (Secretaria de Estado de Saúde), 206,8 mil testes para novo coronavírus foram feitos até agora. Mato Grosso do Sul já soma 50.645 casos da doença e 903 mortes em decorrência dela.