Apesar de dividirem as mesmas linhas no Democratas, o ex-ministro da Saúde tomou lado oposto ao do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, na guerra retórica sobre a vacinação contra a covid-19.

Na semana passada, Caiado disse em entrevista à CNN que o plano estadual de aplicação da , liderado pelo governador de , João Dória (PSDB), cria pânico na sociedade e não passa de “politização do assunto”.

Hoje (13), Mandetta respondeu ao Jornal Midiamax que a crítica de Caiado “é parcial” e “consequência da ausência de política do governo federal”.

“O governo federal retirou-se da luta contra a doença, colocou um ministro que não é do ramo e ficou na posição de criticar governadores. São Paulo saiu da inércia, adotou uma estratégia. O governo federal adotou outra, e ainda chegou a comemorar a suspensão dos testes para a CoronaVac”, afirmou o ex-ministro.

Mandetta também endossou o “atalho” tomado por outros governos e prefeituras em negociar a compra de doses diretamente com São Paulo, como fez a SES (Secretaria de Estado de Saúde) e a prefeitura de Campo Grande. O estado disponibilizou 4 milhões de unidades para outros entes.

Em outra alfinetada no ministro da Saúde , o ex-titular da pasta lembrou o recuo do general sobre a compra de 46 milhões de doses da CoronaVac após ser repreendido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

“É a lógica do absurdo. Não sei quem está mais errado. Se é o general da ativa em recuar ou o presidente em desautorizar”, opinou.

São Paulo começa a vacinar em janeiro de 2021

João Dória anunciou, na semana passada, que São Paulo começa a vacinar contra a covid-19 no dia 25 de janeiro de 2021. Profissionais de saúde, idosos, indígenas e quilombolas são os grupos prioritários.

Assim, a estimativa é que cerca de 20% dos 46 milhões de habitantes do estado estejam imunizados com duas doses da CoronaVac até o fim de março. Mas, para isso, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) precisa aprovar o vacina.

O Instituto Butantan, de São Paulo, desenvolve a CoronaVac em parceria com a fabricante chinesa Sinovac Biotech.

Enquanto isso, o governo federal ainda engatinha e sequer apresentou um plano nacional de imunização. O Brasil só tem acordos fechados para compra de vacinas da AstraZeneca e pelo consórcio mundial CovaxFacility, que somariam cerca de 140 milhões de doses.

Mas os testes da AstraZeneca já são contestados nos Estados Unidos, o que pode indicar uma demora para desenvolvimento e aprovação da vacina.