Com avanço do coronavírus, vereadores são contra apressar volta às aulas nas particulares

Diretrizes em relação às escolas particulares devem ser semelhantes às adotadas sobre instituições de ensino públicas, avaliam os vereadores de Campo Grande. Eles dizem, sobretudo, a permanência da suspensão das aulas presenciais, devido à pandemia de coronavírus (Covid-19). A Reme (Rede Municipal de Ensino) mantém os locais municipais fechados até 30 de junho, enquanto as […]

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Sem cobertura vacinal, opção é retorno do uso de máscaras em escolas (Ilustrativa)

Diretrizes em relação às escolas particulares devem ser semelhantes às adotadas sobre instituições de ensino públicas, avaliam os vereadores de Campo Grande. Eles dizem, sobretudo, a permanência da suspensão das aulas presenciais, devido à pandemia de coronavírus (Covid-19).

A Reme (Rede Municipal de Ensino) mantém os locais municipais fechados até 30 de junho, enquanto as particulares tentam estabelecer plano de segurança e definir uma data de retomada.

“Acho que não podemos ter exceção dentro de um único setor. A educação não pode ser dividida entre a pública e privada. Educação é educação, que tem regras que precisam ser cumpridas. Não há como permitir que volte em parte. Tenho receio e preocupação com essa possibilidade”, avaliou o vereador Eduardo Romero (Rede).

Em sua avaliação, não há, hoje, ‘segurança e certeza’ para retomar atividades presenciais nas escolas e, assim como as públicas, as particulares têm de se adaptar à realidade. “Mais que voltar, precisamos encontrar em políticas públicas alternativas para que elas sobrevivam [economicamente]”.

Segundo Valdir Gomea (PSD), que acompanhou o prefeito Marquinhos Trad (PSD) em reunião sobre o assunto no MP (Ministério Público), a instituição se disse parceira em ajudar, mas também não está convicta de que as instituições privadas devam voltar. “Sei da necessidade, mas são vidas em jogos e não temos nada para barrar esta pandemia. Penso que ainda corremos risco de uma maior contaminação”.

“Com toda certeza não é um pensamento mesquinho e sim um grande problema que estão passando”, afirmou o vereador João César Mattogrosso (PSDB), a respeito da insistência em retomar as atividades, por parte das escolas particulares, por causa de eventuais dificuldades econômicas. Ele pondera, no entanto, que acha perigosa a retomada de aulas presenciais, ‘uma vez que hoje Mato Grosso do Sul ocupa o 3º lugar em propagação do vírus. Subiu muito”.

O vereador pastor Jeremias Flores (Avante) concorda que é necessário seguir as orientações do Ministério da Saúde. “Acredito que não é momento de voltar nossos filhos para as escolas. A prudência é sabedoria. Mais vale a vida”.

Lado empresarial…

Já o vereador Chiquinho Telles (PSD) afirma que enxerga o lado empresarial, mas entende que não há diferença entre escolas particulares e públicas, no que diz respeito à aglomeração de pessoas. “Se a ciência diz que o melhor remédio é o distanciamento, quem sou eu para dizer o contrário. Toda escola é tomada por pessoa. Toda aglomeração, segundo a ciência, pode contaminar pessoas. Portanto, fico com a ciência”.

“Acredito que com o número de aumento de casos notificados e de óbitos, seria prematuro o retorno das aulas”, afirmou o vereador Hederson Fritz (PSD), que é enfermeiro. Para ele, cada instituição de ensino tem sua realidade e generalizar essa hipótese ‘foge da realidade’.

O vereador Vinicius Siqueira (PSL) acredita que o maior problema é ‘omissão da Prefeitura na questão’ e que a decisão sobre reabrir escolas particulares não pode ser tomada ‘sem dados técnicos que deveriam estar sendo colhidos e analisados pela Secretaria de Saúde’. Para o parlamentar, o poder público não sabe qual o número de infectados assintomáticos, já que a população não foi inteiramente testada.

A vereadora Dharleng Campos (MDB) diz que sabe que instituições privadas estão se preparando para receber os estudantes ‘com todos os cuidados recomendados de modo que garanta a proteção deles e de suas famílias’.

De acordo com a parlamentar, os pais que se sentirem inseguros ainda poderão manter seus filhos em casa, com ensino à distância. “Com a evasão de alunos, não há condições de uma escola se manter, por isso é tão importante criarmos alternativas para que todos sejam atendidos da melhor forma possível de ambos os lados”, afirma.

Pandemia?

“Na minha opinião as escolas já deveriam estar funcionando desde o mês passado”, essa é a opinião do vereador Dr. Antônio Cruz (PSDB), que, em março, se afastou temporariamente das sessões, alegando, segundo a Casa de Leis, se enquadrar no grupo de risco para o novo coronavírus.

Ainda naquele mês, o filho do vereador, que também é médico, chegou a postar vídeo em suas redes sociais xingando o isolamento social e proferindo xingamentos contra o prefeito Marquinhos Trad. No mesmo dia, após ser alvo de críticas, postou nova gravação pedindo desculpas.

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