Projeto enviado pelo prefeito Marquinhos Trad (PSD) para retomar a cobrança escalonada do ISSQN (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza) sobre as operações do não está sendo bem recebido por vereadores da Câmara Municipal de , que vêem na proposta novo pacote de bondade da prefeitura para as empresas que atuam no transporte coletivo.

“Eu vou votar contra, porque esse projeto aí nada mais é do que mascaração do desconto pro consórcio”, criticou o vereador (PSDB). A argumentação do vereador é baseada no fato de o PLP (Projeto de Lei Complementar) n.º 624/2018 aprovado no ano passado isentando do tributo vence em 31 de dezembro deste ano.

Com isso, a partir de janeiro de 2020 o consórcio teria que voltar a pagar percentual cheio de 5%. Para Salineiro, as empresas do transporte coletivo deveriam pagar o imposto ‘como toda empresa paga'. “Se o executivo faz projeto dando desconto progressivo, na verdade ele está dando desconto”, avaliou.

A proposta enviada pela prefeitura prevê retomada da cobrança com percentual de 1,5% sobre o que for arrecadado em 2020, passando a 3% no ano seguinte e chegando a 5% apenas em 2022. “Na minha opinião tem que ser cobrado 5% do consórcio de uma vez só. As isenções que já foram dadas para essa empresa comprovaram que não tem nada de benefício”, finalizou Salineiro.

Outro vereador contrário à proposta é Wilson Sami (MDB). “Vou votar contra dessa vez, porque estou vendo que eles não cumpriram o que prometeram. Eu votei a favor porque eles prometeram fazer um monte de coisa e não cumpriram”, afirmou, em relação à atuação das empresas integrantes do consórcio.

Apesar de enfático, o vereador diz se preocupar com o impacto da retomada da cobrança sobre o valor da tarifa e que, por isso, irá amadurecer a ideia. “Nós temos que pensar o que é melhor pra população”, argumentou. A reportagem tentou entrar em contato com os demais vereadores da Capital. Alguns preferem não se manifestar sobre o projeto antes de ele ser incluído na pauta de discussão da Câmara. 

Mais benefícios ainda 

“Se a gente colocar em 5% pro ano que vem aí sim é impossível o consorcio absorver esse aumento de ISS”, justificou o secretário municipal de Finanças e Planejamento, Neto, em relação às críticas dos vereadores. De acordo com ele, a preocupação do executivo foi justamente escalonar a retomada da cobrança para evitar que o custo seja repassado no valor das passagens.

Mas, o secretário admitiu que além da isenção de ISS a prefeitura cogita ainda mais benefícios para o consórcio, tais como remanejamento de ônibus das linhas deficitárias para as mais rentáveis; e rediscussão dos compromissos já assumidos em relação à renovação da frota e investimentos.

“Nós estamos negociando outras formas de desoneração do consórcio para que não haja elevação na tarifa”, adiantou o secretário. De acordo com ele, existem ‘inúmeros instrumentos' que não só o ISS para que se possa fazer desoneração da atividade.