Os dois senadores de Mato Grosso do Sul integrantes da comissão mista que analisou o pedido de retirada da Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) do Ministério da Justiça dividiram os votos sobre a questão. A votação ocorreu na manhã desta quinta-feira (9), quando a comissão apreciou a MP (Medida Provisória) 870/19 que reorganiza a estrutura ministerial do Poder Executivo.

Enquanto Simone Tebet (MDB) esteve na lista dos onze parlamentares que defenderam a manutenção da Coaf na pasta de Sérgio Moro, o senador Nelsinho Trad (PSD) integrou a de 14 deputados federais e senadores que votou por seu retorno à estrutura do Ministério da Economia, como era até o ano passado com o então Ministério da Fazenda.

Em nota, Nelsinho informou ter votado pelo retorno da Coaf para o Ministério da Economia por se tratar de órgão de política fazendária e não de segurança. O senador destacou em todo o mundo, somente um país tem o Coaf no Ministério da Justiça. E completou que suas decisões são pautadas pela coerência e não por questões políticas. “Hoje a discussão é o Coaf e se coloca em questionamento a preferência partidária e não o melhor para o funcionamento do trabalho”, criticou.

Confira a íntegra da nota do senador do PSD:

“Minhas decisões são pautadas em coerência e não diretamente por questões políticas. Hoje a discussão é o Coaf e se coloca em questionamento a preferência partidária e não o melhor para o funcionamento do trabalho. Votei pela transferência da Coaf para o Ministério da Economia. Coaf é o Conselho de Controle de Atividades Financeiras, órgão criado no âmbito do Ministério da Fazenda, foi instituído pela Lei 9.613, de 1998. A missão é produzir inteligência financeira e promover a proteção dos setores econômicos. No mundo inteiro, apenas 1 país tem o Coaf no Ministério da Justiça, em todos os outros, está vinculado ao Ministério da Economia. Então, no meu entendimento, o Coaf deve ser vinculado a este ministério e seguir como os outros países, por ser um órgão de política fazendária e não de segurança.”

Já a senadora Simone Tebet disse ter votado a favor da manutenção do Coaf com Moro por entender que seria melhor e mais eficaz para as ações de combate à corrupção. Apesar de classificar a votação como derrota, ela ressaltou que a MP ainda precisará do aval do Plenário da Câmara dos Deputados e do Senado. Confira a nota da senadora:

“Votei a favor do Coaf no Ministério da Justiça por entender que seria melhor e mais eficaz para as ações de combate à corrupção, conforme defendido pelo Ministro Sérgio Moro. Fomos derrotados por pouco. Vamos aguardar a decisão final. Esta MP ainda precisa passar pelos plenários da Câmara e do Senado”.

A senadora Soraya Thronicke (PSL) não integra a comissão que votou a MP, mas também foi procurada pela reportagem para registrar sua posição em relação ao assunto e não atendeu nem retornou às ligações.

A votação foi apontada como derrota do Governo, que defendia a manutenção do Coaf na pasta de Sérgio Moro. Agora, o texto aprovado segue para o Plenário da Câmara e depois para apreciação no Senado.

Matéria editada às 16h50 para inclusão da nota da senadora Simone Tebet.