Depois do voto contrário de três deputados estaduais tucanos ao projeto governista que reduziu em 30% o salário de professores não concursados do Estado, o decidiu que vai deliberar como os parlamentares deverão votar nos próximos ‘projetos polêmicos' enviados pelo Governo e vai punir quem não ‘caminhar junto'.

“Como presidente do partido, não estou falando como secretário do Governo. Nós nos reunimos e tivemos a decisão que todo projeto polêmico que for sair do Governo para o Legislativo, vamos fazer reunião da executiva do partido e vamos deliberar. Vamos caminhar com o Governo, então vamos com o Governo”, frisa Sérgio de Paula.

Além de presidente do PSDB em Mato Grosso do Sul, de Paula também é secretário especial do Estado e um dos principais articuladores políticos de (PSDB). “Quem não caminhar [conforme deliberado pelo partido], ai vai existir uma penalidade dentro da executiva”, completa de Paula ao Jornal Midiamax.

O líder tucano destaca que as punições já eram existentes anteriormente, porém, elas dependiam de denúncia ao , presidido pelo pecuarista Jonatan Barbosa, também à frente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul).

“Temos nosso Conselho de Ética do PSDB. Se ele receber denúncia, se reúne e resolve. Como não teve nenhuma denúncia, não teve como o Conselho de Ética se mover”, revela o presidente da sigla, se referindo a votação do salários dos professores.

Governo ficou ‘chateado' com deputados ‘rebeldes'

PSDB vai penalizar deputados estaduais que não 'caminharem com o Governo'
Sérgio de Paula (Arquivo Midiamax)

Os peessedebistas ‘rebeldes' e que votaram contrários ao Governo do Estado no projeto de redução salarial dos professores contratados foram Rinaldo Modesto, nos dois turnos, e Ovenan de Matos e Marçal Filho, apenas no segundo turno. A posição dos três dos três causou mal estar na gestão estadual, que assumiu ter ficado “chateada”.

“Respeito muito a decisão dos três, mas como Governo lógico que ficamos chateados e gostaríamos que nosso deputado caminhasse na votação com o Governo. Tivemos uma discussão sobre isso dentro do Governo, mas já é uma situação conversa, solucionada e combinada. Isso é passado e tenho certeza que não acontecerá mais”, diz de Paula.

O secretário especial ainda aponta acreditar que as posições foram tomadas por questões eleitorais, já que pelo menos dois deles seriam pré-candidatos nos municípios que são suas bases eleitorais – Onevan é de Naviraí e Marçal de Dourados.

“Se você observar na primeira votação foram 18 votos, como era votação simples, metade mais um, no segundo dia já tínhamos 14 votos. Já tinha passado. Respeito todos os deputados e alguns são pré-candidatos em algum lugar e se comportaram daquela maneira”, explica o presidente tucano sua visão sobre a votação.

Marçal já foi anunciado como pré-candidato a prefeito de Dourados pelo próprio PSDB. Já no caso de Rinaldo, além de usar o fato de ter sido professor eleitoralmente, ele é irmão de Rose Modesto, que ainda suscita hipóteses de se candidatar em 2020 à prefeitura de Campo Grande, inclusive com possível mudança de partido.