Reunião para discutir saída para a crise da Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá acabou em bate-boca entre o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM) e o deputado tucano Wilton Santos, na noite desta segunda-feira (22), na Assembleia Legislativa. Mandetta perdeu a paciência e disse ao parlamentar que a era do “me dá um dinheiro aí” acabou.

O democrata teria deixado a sala afirmando que ninguém faria brincadeira com o dinheiro do Ministério da Saúde. Wilson Santos cobrava solução efetiva do Governo Federal para solucionar problemas com a folha de pagamento e verba para custeio e manutenção de atendimentos filantrópicos, que teriam sido suspensos em março.

Descontente com o que ouviu, Mandetta teria questionado o deputado sobre qual ‘valor do cheque’ que o ministério deveria fazer em nome da Santa Casa, e ouviu do tucano R$ 9 milhões para pagar salários e outros R$ 20 para custeio, segundo o Repórter MT.

Mandetta teria rebatido que o valor não resolveria a dívida de R$ 118 milhões do hospital, destacando necessidade de intervenção municipal e estadual. “Errar ou acertar podemos fazer juntos, mas vamos fazer buscando a verdade. Me dá R$ 9 [milhões], me dá R$ 20 [milhões], depois eu vou ver o que fazer. Não sou o melhor companheiro para esse tipo de política. Peço desculpa para você, se precisar volto aqui quantas vezes quiser”, disse.

‘Não sou o melhor companheiro’

Antes de se retirar da sala, Mandetta afirmou que não teria problema em aportar recursos, mas não aceitaria ‘brincadeira’ com seu ministério. “Não tenho problema de colocar dinheiro, agora, tem que fazer sério, brincadeira com meu ministério não faz. Vamos fazer uma coisa que a gente tenha orgulho de ter feito”, desabafou.

Mais cedo, segundo o Repórter MT, o ministro já havia avisado que a ‘era do me dá um dinheiro aí acabou’ e que primeiro deveriam demonstrar como o dinheiro público estaria sendo gasto.

“Se a gente conseguir que a sociedade entenda porque as coisas chegaram nesse ponto, vamos poder ser atores do nosso tempo e enfrentar esse problema. Está muito difícil o cidadão pagar imposto, muito dura a carga tributária no país e não é por causa do apelo de uma instituição A, B ou C que a gente vai deixar de ter o profundo zelo pelo dinheiro público”, observou.