O deputado estadual Zé Teixeira (DEM) foi um dos primeiros a chegar para prestar depoimento nesta quarta-feira (04) a delegados da Polícia Federal de Brasília que estão na sede da Polícia Federal em Campo Grande para oitivas a testemunhas e investigados da em .

O parlamentar é apontado como emissor de notas fiscais “frias” para dissimulação do esquema de pagamento de propina outras empresas do ramo agropecuário e frigorifico. Segundo as investigações, do total de créditos tributários auferidos pela empresa dos colaboradores, um percentual de até 30% era revertido em proveito da organização criminosa investigada.

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Busca realizada em 2018 no gabinete de Zé Teixeira na ALMS (Arquivo)

Nos autos do inquérito, foram juntadas cópias das notas fiscais falsas utilizadas para dissimulação desses pagamentos e os respectivos comprovantes de transferências bancárias. Apurou-se também que parte da propina acertada teria sido viabilizada antecipadamente na forma de doação eleitoral oficial, ainda durante a campanha para as eleições em 2014; e que alguns pagamentos também teriam ocorridos mediante entregas de valores em espécie, realizadas nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, no ano de 2015.

Durante a operação no ano passado, cinco agentes da Polícia Federal estiveram no gabinete do deputado na ALMS (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul) para realizar buscas e apreensões. Eles deixaram o local com um malote após passarem mais de dez horas na Casa.

O ex- de Porto Murtinho, Nelson Cintra, também é um dos aguardados nesta quarta para depor. Ontem, a esposa dele deixou a sede da Polícia Federal em Campo Grande informando que o depoimento ocorreu sem problemas. Ela confirmou ter sido questionada pelo delegado da PF sobre o governador (PSDB), mas não deu detalhes.

Oitivas

A ação é decorrente do IPL (Inquérito Polícial) 1.190, após cumprimento dos mandados de busca, apreensão e quebra de sigilos telefônicos e fiscais realizados em 2018.

Além de MS, são ouvidas testemunhas e investigados em São Paulo, Paraná, Mato Grosso e Ceará. A investigação teve origem no acordo de colaboração dos executivos da JBS, conglomerado com atuação no ramo de alimentos, e apura suposto esquema de corrupção na concessão de benefícios fiscais pelo Governo do Estado de Mato Grosso do Sul através da Sefaz (Secretaria de Estado de ).