O STJ (Superior Tribunal de Justiça) determinou nesta terça-feira (3) uma força-tarefa para acelerar diligências e oitivas em desdobramento da , do IPL (Inquérito Policial) 1.190. Estão sendo ouvidos testemunhas e suspeitos relacionados após os mandados de busca, apreensão e quebra de sigilos telefônicos e fiscais decretados em 2018.

São mais de 110 intimados, e a maioria é ouvida na sede da em Campo Grande.

Além de Mato Grosso do Sul, também estão previstos depoimentos de testemunhas e investigados nos estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso e Ceará. A investigação teve origem no acordo de colaboração dos executivos da JBS, conglomerado com atuação no ramo de alimentos. A delação apontou a existência de suposto esquema de corrupção com pagamento de propina pela concessão de benefícios fiscais no governo de Mato Grosso do Sul.

Por ordem do STJ, Federal ouve mais de 110 em ofensiva para 'acelerar' Operação Vostok em MS
O advogado Carlos Marques (Richelieu Pereira, Midiamax)

Segundo o advogado Carlos Marques, que acompanhou uma das oitivas, vários delegados foram destacados para ouvir as testemunhas em Campo Grande nesta terça.

‘A ação é um esforço coordenado para a realização de diligências relacionadas às medidas cautelares de busca e apreensão, afastamento de sigilos telefônicos e bancários decretados pelo ministro relator, por ocasião da Operação', resumiu o advogado.

A reportagem entrou em contato com a defesa do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), o advogado Gustavo Passarelli, que negou que ele ou o filho, Rodrigo de Souza e Silva, tenham sido intimados. Na sede da Polícia Federal, em Campo Grande, é intensa a movimentação de pessoas nesta terça.

Operação Vostok em 2018

De acordo com a PF, a Operação Vostok tem o objetivo de combater um esquema de pagamento de propina a representantes da cúpula do Poder Executivo Estadual. Em setembro de 2018, foram cumpridos 13 mandados de prisão temporária.

Entre os presos à época, Rodrigo Souza e Silva, filho do governador Reinaldo; Ivanildo da Cunha Miranda – pecuarista, empresário e delator; João Roberto Baird, empresário dono de empresa de informática; Jose Ricardo Guitti Guimaro, conhecido como Polaco e corretor de gado; Antonio Celso Cortez, empresário dono de empresa de informática; Elvio Rodrigues, pecuarista; Francisco Carlos Freire de Oliveira, supostamente um dos emissores de notas frias; José Roberto Teixeira – deputado Zé Teixeira; Marcio Campos Monteiro – ex-deputado e conselheiro do TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul); Miltro Rodrigues Pereira, pecuarista; Nelson Cintra Ribeiro, ex-presidente da Fundação de Turismo do Estado; Osvane Aparecido Ramos, ex-prefeito de Dois Irmãos e ex-deputado estadual; Rubens Massahiro Matsuda,  empresário e Zelito Alves Ribeiro, pecuarista e ex-coordenador regional da Casa Civil.

Todos negaram envolvimento com os fatos investigados.