Em nova nota, emitida neste sábado (15), o deputado estadual (DEM) tratou as acusações da Operação Vostok como “requentadas”. A defesa do deputado deu entrada com um pedido de habeas corpus no STF (Supremo Tribunal Federal), neste sábado. Na última quinta-feira (13), Zé Teixeira já havia dito também em nota, “que vende gado há 50 anos e que nunca foi chamado pela Justiça para prestar esclarecimentos”. 

O deputado foi detido por suspeita de participação em esquema que, conforme a PF, consistia em pagamento de propina pela empresa JBS em troca de benefícios fiscais concedidos pelo Estado. Segundo delatores, Zé Teixeira teria emitido notas frias de venda de gado para lastrear as operações fraudulentas.

Zé Teixeira diz que toda responsabilidade pelo abatimento de 600 bois, vendidos à JBS, era da própria empresa. “Agora falam que os cerca de 600 bois que vendi não foram abatidos nos frigoríficos dos delatores. A pergunta que não quer calar é uma só: o que eu tenho com isso? Minha responsabilidade com os bois é da porteira para dentro. Quando vendi, emiti a Nota Fiscal Eletrônica, a Guia de Trânsito Animal (GTA) eletrônica, embarquei o gado e ele deixou minha propriedade, toda responsabilidade pelo destino passou a ser do comprador, no caso, os delatores da JBS”, diz.

Leia a nota:

Recorro a essa nota para conversar com meus familiares, com meus amigos, com as pessoas que me conhecem há décadas e sabem da minha retidão de caráter, da minha integridade, da palavra empenhada e sempre honrada. Nunca me locupletei do erário e cada centavo que movimento nas minhas contas são fruto do meu trabalho que, aliás, teve início muito cedo, ainda criança.

Quero conversar com as pessoas que confiam em mim, que acompanharam minha trajetória de vida, seja na dedicação ao campo, plantando e criando, seja na vida política, onde tenho me dedicado há quase 30 anos em favor não apenas do agronegócio, mas de todos aqueles que precisam de apoio, de um ombro amigo, de um incentivo para seguir em frente e superar suas dificuldades.

Quem me conhece sabe que essa acusação que caiu neste momento sobre mim não vai macular minha história, mesmo porque trata-se de fato requentado, narrado por delatores que estão tendo sua delação premiada em suspeição pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a mais alta corte desse país. Tão logo essas notícias se tornaram públicas pelas bocas dos delatores, me antecipei e na tribuna da Assembleia Legislativa apresentei todas as provas da minha inocência.

Agora falam que os cerca de 600 bois que vendi não foram abatidos nos frigoríficos dos delatores. A pergunta que não quer calar é uma só: o que eu tenho com isso? Minha responsabilidade com os bois é da porteira para dentro. Quando vendi, emiti a Nota Fiscal Eletrônica, a Guia de Trânsito Animal (GTA) eletrônica, embarquei o gado e ele deixou minha propriedade, toda responsabilidade pelo destino passou a ser do comprador, no caso, os delatores da JBS.

Recolhi os impostos sobre cada nota emitida, de forma que não causei qualquer prejuízo ao erário. Prestei todas as informações à Delegacia Regional da Receita Federal no município de Franca, interior de São Paulo, onde o eventual crime fiscal está sendo apurado. Sempre estive à disposição das autoridades e nunca me furtei em cumprir a lei, tanto que todas as perguntas que me foram feitas nesses últimos dias pelas autoridades eu já tinha respondido em outras ocasiões.

Tenho a consciência tranquila e todos aqueles que me conhecem sabem que não iria manchar meus 78 anos de história com uma transação comercial envolvendo 600 bois. Já comprei e vendi milhares e milhares de cabeças de gado, sempre dentro da legalidade e recolhendo cada centavo de imposto, de forma que essa acusação é infundada.

Quero enfatizar que essa operação não tem nenhuma relação com meu mandato de deputado estadual, mesmo porque sempre honrei e vou continuar honrando, cada voto recebido. Quero ressaltar que confio plenamente na Justiça do meu país, a mesma Justiça que tem anulado delações premiadas e arquivado dezenas de inquéritos instaurados por força de um denuncismo, onde verdadeiros marginais tentam escapar do crivo da lei inventando estórias que não se sustentam. A verdade vai prevalecer e quando isso ocorrer, estarei ao lado dos meus amigos celebrando não a minha vitória, mas a vitória da Justiça. (Matéria alterada para acréscimo de informações)