Apenas MDB e DEM elegeram presidentes do Senado desde a redemocratização

A eleição do senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) para a Presidência do Senado Federal neste sábado (2) marca o retorno do seu partido ao comando da Casa depois de 18 anos. Dos 34 anos desde a redemocratização do Brasil, em 1985, em 30 deles o MDB esteve no comando do Senado. O único outro partido a […]

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A eleição do senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) para a Presidência do Senado Federal neste sábado (2) marca o retorno do seu partido ao comando da Casa depois de 18 anos. Dos 34 anos desde a redemocratização do Brasil, em 1985, em 30 deles o MDB esteve no comando do Senado. O único outro partido a ser eleito para a Presidência foi justamente o DEM, que à época tinha o nome de PFL.

Das 20 eleições para a Presidência do Senado desde a redemocratização (veja infografia), o MDB ganhou 17 delas, sendo 15 regulares e duas especiais (para completar mandatos interrompidos pela renúncia do presidente eleito ao início da legislatura). Essa estabilidade é singular quando analisada a alternância partidária nos principais cargos políticos no mesmo período: seis partidos diferentes comandaram a Câmara dos Deputados e cinco conquistaram a Presidência da República.

A única interrupção na sequência de eleições de emedebistas para comandar o Senado se deu entre 1997 e 2001. O senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) foi eleito presidente duas vezes naquele período. No segundo pleito, entretanto, ele tinha o apoio do então PMDB.

O que ajudou o partido a assegurar o comando da Casa por tanto tempo foi o fato de o MDB ter, consistentemente, a maior bancada dentro do Senado. Foram 18 eleições da Mesa Diretora no início de cada legislatura desde 1985, e o partido chegou ao pleito em 1º de fevereiro com a maior representação na Casa em 16 delas. Uma das exceções foi o ano de 1997, quando tinha um senador a menos do que o PFL, e o resultado foi a primeira vitória de ACM, representante da maior bancada.

A outra exceção foi em 1985, ano que marcou tanto o retorno de um civil ao governo quanto o início da hegemonia do MDB no Senado. Naquela ocasião, o partido tinha 25 senadores, bancada exatamente igual à do PDS, sucessor da Arena (Aliança Renovadora Nacional). Na eleição da Mesa, entrou em ação a mesma aliança que alguns meses antes havia colocado Tancredo Neves e José Sarney no Palácio do Planalto. Com o apoio do PFL, o sul-matogrossense José Fragelli (PMDB), que chegara ao Senado como suplente, derrotou Luiz Viana Filho (PDS-BA) — presidente da Casa entre 1979 e 1981 — por apenas nove votos de diferença.

Se na indicação do candidato a bancada é um ativo para o partido, o seu comando é um trampolim eficiente. Em cinco ocasiões, o líder do MDB em exercício até a data da eleição foi alçado à Presidência do Senado: Humberto Lucena (PB) em 1993, Jader Barbalho (PA) em 2001, Renan Calheiros (AL) em 2005 e 2013 e Eunício Oliveira (CE) em 2017.

A bancada do MDB é a maior do Senado em 2019, com 13 parlamentares. Dessa forma, a eleição de Alcolumbre, membro de uma bancada de seis senadores do DEM, representa a primeira vez, no período democrático, em que o candidato eleito para comandar o Senado não tinha o endosso da maior bancada da Casa.

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