Tribunal Superior Eleitoral reduz transparência sobre bens de candidatos
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) promoveu mudanças no sistema de registro de candidaturas na eleição deste ano, restringindo a transparência em relação ao patrimônio dos candidatos. Nas disputas anteriores, os políticos tinham que listar seus bens de forma detalhada, com tipo, descrição e valor. Ao declarar a posse de um apartamento, por exemplo, normalmente eram […]
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O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) promoveu mudanças no sistema de registro de candidaturas na eleição deste ano, restringindo a transparência em relação ao patrimônio dos candidatos. Nas disputas anteriores, os políticos tinham que listar seus bens de forma detalhada, com tipo, descrição e valor.
Ao declarar a posse de um apartamento, por exemplo, normalmente eram descritos o endereço, tamanho e outras características.
Agora é informado ao eleitor apenas que o candidato tem um apartamento e o seu valor, sem indicação de endereço, cidade, estado ou tamanho.
Um dos primeiros a registrar sua candidatura à Presidência, o tucano Geraldo Alckmin enfrentou problemas ao listar seus bens, de acordo com o coordenador jurídico da campanha, Ricardo Penteado.
“O Alckmin tem umas poucas cabeças de gado e quando foram preencher a declaração não havia espaço para esse tipo de bem. Tiveram que colocar o gado como ‘outros bens móveis’”, afirmou.
O pouco nível de detalhamento do novo sistema do TSE não permite ao eleitor, por exemplo, saber se o apartamento declarado agora pelo candidato é o mesmo que ele tinha em eleições passadas ou um outro.
A mudança de sistema do TSE ocorreu após audiências públicas com a participação de representantes dos partidos políticos.
Também é impossível saber os nomes de empresas que pertencem aos candidatos e os bancos em que cada um tem investimentos.
Procurado, o TSE não informou até a publicação deste texto qual a razão da mudança nem quem a aprovou.
Até a noite desta quarta-feira (8), 4 dos 13 concorrentes a presidente haviam registrado suas candidaturas e informado seus bens -Cabo Daciolo (Patriota), Geraldo Alckmin (PSDB), Guilherme Boulos (PSOL) e Vera (PSTU).
O prazo final para esse registro é o dia 15.
Daciolo não declarou nenhum bem. Alckmin disse ter R$1,4 milhão em bens. Boulos declarou apenas um veículo no valor de R$ 15,4 mil. Vera apresentou apenas um terreno de R$ 20 mil em sua declaração.
Os candidatos a vice também apresentaram suas declarações de bens.
Ana Amélia (PP), vice de Alckmin, declarou R$ 5,1 milhões; Hertz (PSTU), vice de Vera, declarou apartamento de R$ 100 mil; a Professora Suelene Balduino (Patriota), vice de Daciolo, declarou um total de bens de R$ 202 mil; e Sonia Guajajara (PSOL), vice de Boulos, disse ter apenas uma caderneta de poupança no valor de R$ 11 mil.
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