Jair Bolsonaro (PSL), candidato à Presidência, pretende se comprometer com a democracia e responder dúvidas dos eleitores a respeito dos temas pelos quais vem sendo criticado durante a campanha. A declaração a ser dada pelo candidato foi denominada de “Manifesto à Nação”.

Apoiadores do candidato querem a divulgação do posicionamento o mais rápido possível, para esclarecer pontos cruciais e eliminar as críticas negativas sobre sua campanha. Contudo, a equipe de campanha do presidenciável ainda não definiu como fará circular o manifesto mas, acredita-se que será por carta ou vídeo, veiculados às redes sociais de Bolsonaro.

Bolsonaro prepara manifesto para se defender de críticas e esclarecer dúvidas
Paulo Guedes e Jair Bolsonaro (Reprodução/Twitter)

No documento, Bolsonaro irá abordar temas como racismo, democracia, fisco economia, entre outras polêmicas que cercam sua candidatura. Além de responder a estas questões, o presidenciável pretende reforçar sua relação com o economista Paulo Guedes, a quem pretende ver como ministro da fazenda, apesar dos eventos da última semana quando Paulo afirmou existir proposta de criação de tributos na linha do CPMF.

O manifesto

O grupo de apoio a Bolsonaro quer que o conteúdo do manifesto tenha tom emocional, sendo gravado no quarto de hospital onde o presidenciável está internado se recuperando da agressão sofrida no último dia 6, em Juiz de Fora, Minas Gerais.

O candidato do PSL pretende rebater as críticas a seu respeito sobre não ser democrático, vez que os eleitores temem a volta da ditadura caso seja ele o vencedor da disputa eleitoral. Para isso, vários profissionais têm ajudado na elaboração do documento, debatendo e discutindo formas para “virar o jogo”.

O documento será, também, uma resposta a outro manifesto, escrito por um grupo de juristas, ativistas, empresários e intelectuais contra Bolsonaro. O documento foi intitulado de “Pela democracia, pelo Brasil”.

Ainda não foi definido quando e como será divulgado o manifesto, porque Bolsonaro teme possíveis efeitos negativos.

Inspiração?

Em 2002, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) escreveu a ‘Carta aos Brasileiros’, com a finalidade de acalmar o mercado. A equipe de Bolsonaro nega a comparação e explica que apenas pretendem reagir às acusações feitas ao candidato.

Ainda, na última semana, o também ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) publicou uma carta que escreveu aos eleitores, alertando dos perigos de candidatos extremistas na corrida presidencial. Ao final da carta, FHC pediu a união, inclusive, dos demais candidatos contra o que chamou de “marcha da insensatez”.

Apesar de não citar a carta ou o ex-presidente, o manifesto de Bolsonaro também irá abordar o tema quando da abordagem sobre democracia x ditadura.