Prefeito voltou a reclamar situação em que encontrou Prefeitura

Durante o 1º Fórum do Prodes (Programa para o Desenvolvimento Econômico e Social de Campo Grande), nesta quarta-feira (22), o prefeito Marquinhos Trad (PSD) fez um discurso de desabafo, uma data que ele considera emblemática, o 55º dia útil de seu mandato (ele foi eleito com o número 55).

“Um cara para tomar conta de tudo não está dando. Toda hora vem ofício do Ministério Público, toda hora tem ofício do Tribunal de Contas. Não está dando mais”, desabafou o prefeito.

No evento, estavam presentes empresários, servidores municipais, deputados e vereadores, que ouviram o desabafo do prefeito, com revelação de informações do caixa do município deixado por Alcides Bernal (PP).  “Precisamos da ajuda de vocês, vocês são os prefeitos”, emendou.

Marquinhos afirmou que recebeu a cidade com muitas dificuldades administrativas, dentre elas, atraso no pagamento de fornecedores, que se negaram a fornecer ao município depois de oito meses sem receber. A dívida chegava a R$ 22 milhões.

Segundo o prefeito, o montante arrecadado com o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), serviu para auxiliar o caixa. Foram R$ 130 milhões arrecadados, que se somaram a R$ 27 milhões deixados por Bernal na chamada fonte 1.

Todavia, no dia 5 de janeiro já havia R$ 11 milhões da folha de pagamento, mais o 13º salário, outros R$ 22 milhões de repassa para Santa Casa, mais R$ 18 milhões para Omep e Seleta e R$ 16 milhões de rescisões das duas entidades, e ainda mais R$ 9 milhões para a Solurb, referente à coleta do lixo hospital. Havia também dívida de seis meses de água e luz, que a Prefeitura precisou negociar até 2022 para não ter o fornecimento cortado nos prédios públicos.

Investimentos

“Só ter boa vontade não vai adiantar, tem que trazer de volta as empresas com atrativos, hoje completo 55 dias úteis e não dá para fazer milagre. Não é como ir na farmácia e comprar um remédio, tratamento é a longo prazo”, destacou.

O Chefe do Executivo da Capital frisou que Campo Grande perdeu 34 mil empregos nos últimos anos, e que em apenas uma rua da cidade 200 lojas foram fechadas. A intenção do município é tornar o Codecon (Conselho Municipal de Desenvolvimento Econômico), sob responsabilidade da Sedesc (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e de Ciência e Tecnologia), um órgão deliberativo, para fomentar atração de empresas e geração de emprego e renda.  

Funcionalismo e Uniforme

Aliado aos números, o prefeito também destacou que já começou a ser cobrado pelo servidores pelo reajuste da categoria, que estão, segundo ele, há três anos sem aumento salarial. “Funcionalismo está com baixa auto estima e sem expectativa”, frisou Trad, que ainda não definiu como ‘equacionar’ pedido dos professores com relação ao pagamento do piso nacional do magistério.

Marquinhos também frisou que os uniformes da rede municipal de ensino, que ainda não chegaram aos alunos, não havia sequer sido licitados pela gestão Bernal. Trad revelou que foi preciso entrar na Justiça para conseguir uma liminar que retirasse a Capital da lista do Cadin (Cadastro Informativo de créditos não quitados do setor público federal), depois de 2 anos e meio negativado.

Infraestrutura

No discurso, o prefeito ainda afirmou que o asfalto de Campo Grande não está em boas condições. Segundo ele, dos 300 mil buracos na cidade, 80 mil já foram fechados. “Você tapa um, nasceu outro”, desabafou.

Marquinhos citou como exemplo o recapeamento da avenida Afonso Pena, entregue em 2011 pelo ex-governador André Puccinelli (PMDB), na gestão do então prefeito Nelsinho Trad (PTB), e que já foi alvo das equipes de tapa-buracos sete vezes em 2017.