Homologação foi aceita pelo STF

Nesta sexta-feira (19), o STF (Supremo Tribunal Federal) liberou acesso aos conteúdos da delação premiada dos proprietários do grupo JBS à Procuradoria-Geral da República. Em um dos trechos do depoimento, Wesley Batista detalha suposto esquema operado em Mato Grosso do Sul nos últimos anos nas gestões de Zeca do PT, André Puccinelli (PMDB) e Reinaldo Azambuja (PSDB).

Confira abaixo a íntegra do depoimento em vídeo e os principais pontos citados pelo delator. Até agora, nenhum dos políticos citados se manifestou sobre as revelações.

 

 

– Wesley Batista fala sobre esquema no Estado

0’40” – Wesley diz que Mato Grosso do Sul representa um esquema de benefícios fiscais para redução da alíquota do ICMS. O esquema, segundo o delator, começou quando Zeca do PT foi eleito para o Governo do Estado, em 1999.

1’15” – O delator explica que o acerto de pagamento de propina ocorria em troca de redução de pagamento no Estado. Wesley diz que em 2003 foi acertado 20% de redução de ICMS em contrapartida a pagamento de propina. Ele detalha que não tem mais os registros de quanto foi pago em propina e da forma como repassou os valores irregulares a Zeca.

2’30” – Em 2010, o delator explica que doou para a campanha de Zeca ao governo do Estado total de R$ 3 milhões. Desse montante, R$ 2 milhões teriam sido pegos em espécie pelo próprio candidato em escritório.

3’10” – O esquema, segundo Batista, passou de Zeca para André Puccinelli. O próprio peemedebista que tratava sobre os pagamentos de propina com Joesley Batista, irmão de Wesley. Ivanildo Miranda é citado como um dos operadores de Puccinelli no suposto esquema.

4’00” – O dono da JBS detalha que os valores eram pagos por meio de notas fiscais frias emitidas por diferentes empresas, indicadas pelos governadores.

6’30” – Wesley conta que no período do governo de Puccinelli, em 8 anos, foram pagos ao político total de R$ 90 milhões, do valor, R$ 30 milhões foram pagos em espécie e o restante via doleiro.

7’10” – O delator detalha que as negociações com o atual governador Reinaldo Azambuja eram feitas por ele mesmo e não pelo irmão Joesley, como no caso dos últimos dois ex-governadores. Ele cita pagamentos recentes para produtores rurais que emitiram notas fiscais frias e montante de R$ 10 milhões diretamente para Azambuja.

8’39” – Batista explica, ainda, que o esquema de pagamento de propina em troca de benefícios fiscais é algo generalizado e recorrente em Mato Grosso do Sul, principalmente no setor do agronegócio, onde a JBS atua.

9’45” – O delator também contou no depoimento que seu irmão autorizou adiantamento financeiro para o ex-senador Delcídio do Amaral no valor de R$ 12 milhões na época da campanha ao governo do Estado. Ficou combinado que se Azambuja vencesse as eleições, situação que ocorreu, o tucano pagaria o débito do petista. Valor que teria sido pago por Azambuja ao grupo JBS, segundo o delator.

11’55” – Outro operador de Puccinelli no esquema citado por Wesley foi André Luiz Cance.

13’00” – O integrante da Procuradoria-Geral da República encerra o depoimento do dono do grupo JBS.