Trad diz que delação da JBS influenciou na decisão de cortar folha de pessoal
Medidas foram anunciadas hoje
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Medidas foram anunciadas hoje
Além de abalar o cenário político do Brasil, a delação premiada dos donos do grupo JBS foi a responsável pela Prefeitura de Campo Grande decretar corte de R$ 5 milhões na folha de pessoal mensalmente. Segundo o prefeito Marquinhos Trad (PSD), as medidas anunciadas hoje não seriam necessárias caso o abalo político não tivesse movimentado negativamente a economia.
Durante a apresentação do balanço das contas do município, que só em abril fechou com R$ 31 milhões de déficit, o prefeito afirmou que as medidas de contenção de gastos que diminui em 33% o salário de pelo menos 600 comissionados foram definidas nos últimos 15 dias, depois que a delação dos donos da JBS veio à tona.
“Estávamos tentando levar as coisas até o fim do ano, mas a delação causou uma incerteza nos últimos 15 dias e gerou uma crise geral. Já prevemos uma queda na arrecadação do ICMS que ultrapassa os dois dígitos. Ou a gente demite ou reduz as regalias e benefícios. Passaríamos o caos se não fosse esse abalo fulminante dos últimos dias”, declarou Trad.
Ao apresentar os números, o secretário de Planejamento e Finanças, Pedro Pedrossian Neto, também frisou a crise agravada pela delação da JBS como fator dominante na decisão da administração em cortar gatos. “A capacidade de a sociedade contribuir nesse momento de crise é pequena. A onda de pessimismo fez com que nós tivéssemos de trabalhar fortemente na despesa”, disse.
O cenário
De acordo com as planilhas apresentadas na tarde desta quinta-feira (25) pela prefeitura, a dívida que Trad herdou da gestão anterior chegou ao montante de R$ 126,1 milhões. Secretário de governo, Antônio Lacerda afirmou que esse valor só pôde ser calculado em abril em razão da dificuldade em consultar todos os valores deixados pela equipe anterior. A maior parte da dívida, R$ 42,7 milhões, estava relacionada com os valores devidos a hospitais.
Além da revisão na folha de pessoal, a prefeitura prevê economizar mais R$ 10 milhões com outras ações, entre elas renegociação de contratos e até economia de água e luz.
Em abril, segundo o secretário Pedro Pedrossian, a receita do município foi de R$ 128,1 milhões, no entanto, os gastos ultrapassaram os R$ 159,9 milhões, cenário que fez o déficit alcançar os R$ 31 milhões.
Além da economia imediata de R$ 5 milhões prevista com o corte de gratificações de comissionados e concursados, o município também prevê economia com revisão de contratos, mas estas medidas têm retorno para daqui a no mínimo dois meses.
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