Puccinelli é suspeito de 7 crimes, com penas somadas de até 63 anos
PF investiga irregularidades na gestão do ex-governador
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PF investiga irregularidades na gestão do ex-governador
André Puccinelli, até então o mais expressivo peemedebista de Mato Grosso do Sul, médico, ex-deputado estadual, federal, prefeito de Campo Grande por duas vezes (1997-2004), também governador por dois mandatos (2006-2014), ex-secretário estadual de Saúde, foi apontado como envolvido, no âmbito da Máquinas de Lama, operação da Polícia Federal, em sete crimes previstos no Código Penal brasileiro.
E, se condenado pela Justiça Federal ele pode pegar, no mínimo, 14 anos de prisão e, no máximo, 63 anos de encarceramento. A PF diz que no segundo mandato de Puccinelli (2011-2014) havia na gestão dele uma trama que arrecadava dinheiro por meio de cobrança de propina e fraudes em licitações. A PF pediu, mas a Justiça não concordou com a prisão dele.
Contudo, mandou por tornozeleira em Puccinelli por tempo indeterminado e ainda fixou uma fiança de R$ 1 milhão contra ele.
MILHÕES
O dinheiro juntado com a trama, em torno de R$ 150 milhões, ia para o bolso dos acusados – além do ex-governador outras 12 pessoas, entre os quais nomes de ex-secretários, empresários, servidores e até um dos filhos de Puccinelli aparecem no inquérito policial.
Organização criminosa, peculato, corrupção ativa, passiva, estelionato, lavagem de dinheiro, e crime financeiro, são os delitos supostamente praticado por Puccinelli, durante sua gestão de governador, no período de 2011 a 2014, informou Cleo Mazzotti, o chefe da delegacia da PF que combate o crime organizado.
Mazzotti disse na manhã desta quinta-feira (11), que Puccinelli “sabia” e era favorecido com os esquemas fraudulentos praticados em seu governo.
A PF informou que o ex-secretário-adjunto de Fazenda, André Cance, que foi preso durante a operação, seria o mediador do esquema.
PERSONAGENS
Micherd Jafar, outro detido pela PF, nesta quarta-feira, é dono da gráfica Alvorada. Ele recebia milhões por livros confeccionados, sem concorrência. Parte do dinheiro pago pelo governo, juntado dos contribuintes, cita a investigação, retornava para as contas bancárias dos integrantes do esquema da gestão de Puccinelli.
Jodascil Gonçalves Lopes, que atuava na secretaria municipal da Educação, período do Puccinelli prefeito, é suspeito de integrar o plano criminoso por facilitar os negócios envolvendo a gráfica e o governo.
Mauro Cavalli, ex-chefe do setor de licitações da secretaria de Meio Ambiente, no período que Puccinelli era prefeito de Campo Grande (1997-2004), exercia importante função no suposto esquema fraudulento. Ele tinha influência na hora de arrecadar a propina.
Contra Cavalli há um mandado de condução coercitiva (quando é obrigado a depor), mas ainda tinha sido cumprido pela PF até esta tarde. Ele já é tido como foragido pela polícia.
André Puccinelli Júnior também foi levado para prestar depoimento à Polícia Federal, de maneira coercitiva.
A PF informou que investiga o filho do ex-governador por conta de suposta irregularidade em compra de livros jurídicos, pagos pela Águas Guariroba, que que cuida da distribuição de água e cuida do saneamento, em Campo Grande. Os livros custaram em torno de R$ 300 mil e foram doados a um filho de Jodascil.
ATUAL GESTÃO
Ex-secretário adjunto da Sefaz-MS (Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso do Sul) da gestão de Reinaldo Azambuja (PSDB), Jader Rieffe Julianelli Afonso foi um dos conduzidos coercitivamente nesta quinta-feira (11) para depor na Polícia Federal durante a Operação Máquinas de Lama.
Jader mantém dois vínculos no governo, como auditor fiscal e assessor especial. As rendas brutas do servidor somam R$ 46.620,29 e também fez parte da cúpula de Puccinelli.
Em 2012, ele foi nomeado secretário estadual de Fazenda após a saída de Mário Sérgio Lorenzetto. Além dele, o pecuarista Ivanildo Miranda, amigo do governador, também foi ouvido.
SIGILO
Durante a operação Máquinas de Lama, deflagrada às 6h desta manhã cumpriu 32 mandados de busca e apreensão, nove mandados coercitivos e prendeu três pessoas. O caso seguia em sigilo e a PF não citou nomes dos outros envolvidos.
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